ATA DA QÜINQUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM
14-8-2003.
Aos quatorze dias do mês de agosto de dois mil e
três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto
Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Reginaldo
Pujol e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Darci
Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, João Bosco Vaz, Juarez
Pinheiro, Juberlei Bacelo, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul
Carrion, Sebastião Melo, Valdir Caetano, Wilton Araújo e Zé Valdir. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Quadragésima Nona,
Qüinquagésima, Qüinquagésima Primeira e Qüinquagésima Segunda Sessões
Ordinárias, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Dr.
Goulart, os Pedidos de Providências nos 1230 e 1231/03 (Processos nos
3786 e 3787/03, respectivamente); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de
Providências nº 1301/03 (Processo nº 3992/03); pelo Vereador Haroldo de Souza,
os Pedidos de Providências nos 1249, 1250, 1251, 1271, 1272, 1273 e
1274/03 (Processos nos 3907, 3908, 3909, 3930, 3932, 3933 e 3934/03,
respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos
1252, 1253, 1254, 1255, 1256, 1257, 1258, 1259, 1260, 1261, 1262, 1263, 1264,
1265, 1266, 1267, 1268, 1269, 1270, 1275, 1277, 1278, 1279, 1280, 1281, 1282,
1283, 1284, 1285, 1286, 1288, 1289, 1290, 1291, 1292, 1293, 1294, 1299 e
1318/03 (Processos nos 3910, 3911, 3912, 3913, 3914, 3915, 3916,
3917, 3918, 3919, 3920, 3921, 3922, 3923, 3924, 3925, 3926, 3927, 3929, 3935,
3937, 3938, 3939, 3940, 3941, 3942, 3943, 3944, 3945, 3946, 3948, 3949, 3950,
3951, 3952, 3953, 3954, 3968 e 4013/03, respectivamente); pelo Vereador
Reginaldo Pujol, o Pedido de Providências nº 1300/03 (Processo nº 3975/03). Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 362, 363, 364, 365, 370, 371,
381, 382 e 383/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Em
continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Lupicínio
Rodrigues Filho, que entregou correspondência à Mesa, a qual solicita a
participação deste Legislativo no sentido de somar apoio, juntamente com outras
entidades, para que o Ministério da Cultura decrete, no ano de dois mil e
quatro, o Ano Cultural Lupicínio Rodrigues. A seguir, foi apregoado
Requerimento do Vereador João Carlos Nedel, Líder da Bancada do PP,
solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para
Tratamento de Saúde para o Vereador
Pedro Américo Leal, do dia quatorze ao dia quinze de agosto do corrente, tendo
o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Bernardino
Vendruscollo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação,
Cultura e Esportes. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador
João Carlos Nedel, Líder da Bancada do PP, informando o impedimento do Suplente
Roque Jacoby em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador
Pedro Américo Leal. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor
Marcos Vinícios de Betiati da Silva e da Senhora Silvia Marti Barros,
convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Suas
Senhorias, que discorreram sobre os objetivos do Movimento dos Focolares,
presente em vários países do mundo, e ressaltaram a importância das
manifestações promovidas por esse Movimento, em prol da paz e da integração
sóciocultural entre os povos. Também, convidaram os presentes para o Congresso
Estadual dos Focolares, que será realizado na Pontifícia Universidade do Rio
Grande do Sul - PUCRS, no dia vinte e um de setembro do corrente. A seguir, foi
exibido um audiovisual com imagens do Congresso Mundial realizado no ano de
dois mil e dois, em Roma, na Itália. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou
a presença dos Senhores Valentini Rolando, Prefeito de Tassulo, Província de
Trento, Itália, Carlos Augusto Luz Barros e Daniela Marti Barros,
representantes do Movimento Focolares. Após, o Senhor Presidente concedeu a
palavra aos Vereadores Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Cláudio Sebenelo,
Renato Guimarães, Ervino Besson, Carlos Alberto Garcia e Elói Guimarães, que se
manifestaram sobre o assunto tratado pelo Senhor Marcos Vinícios de Betiati da
Silva e pela Senhora Silvia Marti Barros. Às quatorze horas e cinqüenta e sete
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a existência de quórum.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cláudio Sebenelo discorreu acerca da
disponibilização, via internet, da movimentação financeira da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, criticando a demora em formalizar esse processo de
consulta e questionando sobre o não-fornecimento de senhas de acesso restrito
aos Vereadores, o que, segundo Sua Excelência, teria sido uma tentativa de
esvaziamento do Poder Legislativo por parte do Executivo Municipal. O Vereador
Renato Guimarães defendeu o método adotado pelo Executivo Municipal no que se
refere ao acesso, via internet, ao sistema orçamentário do Município, alegando
que, da forma como foi implantado esse programa, qualquer pessoa pode consultar
a movimentação financeira municipal, e não apenas os Vereadores. Ainda, apontou
a disponibilização pública dessas informações como um avanço da democracia e
uma vitória da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Vereador Carlos Alberto Garcia
parabenizou a atual colocação do Brasil na edição dos XIV Jogos Pan-Americanos,
que estão sendo realizados em Santo Domingo, na República Dominicana, destacando a participação de
atletas do Grêmio Náutico União nessa competição. Também, cobrou compromisso
assumido pelo Governo do Estado, no sentido de construir uma raia olímpica de
remo junto à sede daquele Clube, na Ilha do Pavão. O Vereador Aldacir Oliboni
referiu-se elogiosamente ao Projeto de Lei do Complementar do Executivo nº
007/03, que trata das condutas que não devem ser praticadas pelo funcionário
público municipal. Ainda, teceu considerações a respeito da greve dos
trabalhadores da área de saúde em Porto Alegre, mencionando a necessidade de
valorização profissional e a importância de um piso salarial digno para essa
categoria. O Vereador Ervino Besson, reportando-se à visita feita a esta Casa,
hoje, por representante do Movimento Focolares, pronunciou-se acerca da
relevância de propostas visando a um mundo melhor. Ainda, contestou a legalidade
da participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST - em
ocupações de áreas de terras particulares, citando disposições contidas na
Constituição Federal, que tratam do direito à propriedade. O Vereador Beto
Moesch, analisando os resultados obtidos pela Comissão Especial constituída em
dois mil e um com o objetivo de avaliar as compensações ambientais em
decorrência das obras de construção da III Perimetral, protestou contra a
demora do Executivo Municipal em responder às questões levantadas por esse
grupo de estudo e afirmou que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre não tem
como prioridade a questão do meio ambiente. O Vereador Zé Valdir traçou um
comparativo entre os índices de criminalidade verificados no Estado do Rio
Grande do Sul à época em que o Partido dos Trabalhadores esteve à frente do
Executivo Estadual e hoje em dia, com o Governo do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro. Em relação ao assunto, justificou que a criminalidade
tem aumentado nos últimos meses, desaprovando as políticas de combate ao crime
utilizadas no Estado atualmente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Zé Valdir, em
tempo cedido pelo Vereador Carlos Pestana, enfocou as reivindicações por
melhores condições de trabalho que estão sendo feitas por profissionais que
trabalham na área da segurança no Estado. Também, contraditou informações
prestadas pelo Vereador Ervino Besson, no que tange às ocupações de terras
realizadas pelo MST, explicando o artigo 184 da Constituição Federal, que trata
da matéria. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn, manifestando-se
a respeito das lutas travadas ao longo da história da humanidade em prol da
reforma agrária, discutiu a validade da desapropriação de fazenda localizada em
São Gabriel, no Rio Grande do Sul, com a finalidade de abrigar famílias de
sem-terra. Nesse contexto, sustentou que a ocupação daquela área por famílias
sem condições de trabalhar o solo poderá criar um fenômeno de favelização
rural. Na ocasião, o Vereador Ervino Besson formulou Requerimento verbal, solicitando
cópias do discurso proferido pelo Vereador Zé Valdir em Comunicações, o que foi
deferido pelo Senhor Presidente, após a anuência do Orador. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Darci Campani, replicando discursos feitos hoje neste
Legislativo, que refutam as políticas públicas desenvolvidas na Cidade,
defendeu o posicionamento adotado pelo Executivo Municipal, no que concerne às
ações tomadas para a compensação ambiental decorrente do impacto causado pelas
obras da III Perimetral. Também, ressaltou a condução da política agrária por
parte do Governo Federal. O Vereador Beto Moesch salientou a necessidade de
adoção de medidas para compensação ambiental, em virtude da construção da III
Perimetral, explanando o encaminhamento feito ao Ministério Público Estadual do
relatório gerado pela Comissão Especial que analisou o assunto nesta Casa e
declarando ter sido de iniciativa daquele Órgão a abertura de Inquérito Civil
para investigar as conseqüências das obras da III Perimetral sobre o meio
ambiente. O Vereador Sebastião Melo criticou o Partido dos Trabalhadores à
frente do Governo Municipal, em relação à falta de ações em prol do meio
ambiente, lembrando o problema de acondicionamento e transporte de lixo
hospitalar enfrentado pelo Município. Também, posicionou-se contrariamente à
política adotada pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU,
relativamente à deposição de resíduos hospitalares em áreas consideradas
impróprias para tal finalidade. O Vereador Raul Carrion registrou sua
participação, hoje, no ato de assinatura de convênio municipal para as obras de
recuperação do prédio do antigo cinema Capitólio e louvou a aprovação, pela
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, de parecer final em favor
da anistia aos marinheiros que se rebelaram em mil novecentos e dez contra a
Lei da Chibata. Ainda, comentou a possibilidade de desapropriação, para fins da
reforma agrária, de terras no Município de São Gabriel. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nos
044/02 e 060/03, o Projeto de Lei do Legislativo nº 175/02, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 011/03, os Projetos de Lei do Executivo nos
031, 032 e 033/03; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
239/02, 154, 155, 156, 158, 161, 129, 132, 143, 165, 166 e 168/03, os Projetos
de Lei do Executivo nos 035/03, discutido pelos Vereadores Renato
Guimarães, Reginaldo Pujol e Zé Valdir, 025, 026 e 027/03, os Projetos de
Resolução nos 066/01, 053 e 058/03, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 012/03, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/03,
discutido pelos Vereadores Renato Guimarães, Zé Valdir, Margarete Moraes e
Elias Vidal; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 089
e 090/00, 100, 134, 142, 144 e 147/03, os Projetos de Resolução nos
056 e 057/03. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz discorreu sobre o
Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 006/03, que dispõe sobre a reserva
de vagas para afrodescendentes em concursos públicos municipais, analisando a
complexidade da questão e atentando para o fato de que um sistema de quotas
pode representar uma nova forma de discriminação. Nesse contexto, defendeu a
implantação de um ensino básico abrangente e que viabilize uma igualdade real a todos os cidadãos. O Vereador Elias Vidal esclareceu os motivos pelos quais não é
favorável à aprovação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/03,
salientando a necessidade de medidas concretas para a eliminação do racismo no
Brasil. Ainda, referiu-se à votação, na Casa, do Projeto de Lei que estabelece
as Diretrizes Orçamentárias do Município, lamentando que não tenha ocorrido uma
maior discussão desse Projeto, tendo em vista sua importância para a Cidade de
Porto Alegre. O Vereador Carlos Alberto Garcia, declarando ter sido relator do
Projeto de Lei que estabelece as Diretrizes Orçamentárias do Município,
esclareceu que as Emendas rejeitadas de autoria do Vereador Elias Vidal não
puderam ser aceitas por não terem sido contempladas no Plano Plurianual
vigente. Nesse sentido, apoiou o movimento de iniciativa da comunidade do
Bairro Lami, visando à implantação de ensino médio na Escola Estadual de Ensino
Fundamental Oscar Coelho de Souza. A seguir, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezessete horas e doze minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e treze
minutos, constatada a existência de quórum e, após, o Senhor Presidente
informou que, por deliberação da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes, foi
alterada a ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em
Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos
234/02 e 009/03 e o Projeto de Lei do Executivo nº 008/03. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 037/03, por
vinte e sete votos SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes,
Cláudio Sebenelo, Darci Campani, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza,
Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Valdir Caetano, Zé Valdir e
Juberlei Bacelo. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de
Lei do Legislativo nos 049, 050, 061, 068, 075 e 097/03 e o Projeto
de Resolução nº 036/02. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de
Resolução nº 028/03, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a
Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia. Em
Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nos 030 e
046/03. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 150/03
(Processo nº 4017/03 - Sessão Solene em homenagem ao quadragésimo aniversário
da Universíade de mil novecentos e sessenta e três), de autoria da Mesa
Diretora; de nº 147/03 (Processo nº 3990/03 – Solicita que a Sessão Solene
prevista para o dia vinte e cinco de setembro do corrente, destinada à entrega
do Prêmio Francisco José Zaffari de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança,
seja realizada na Clínica Esperança de Amparo à Criança – CEACRI, no Bairro Rubem
Berta), de autoria da Vereadora Maria Celeste; de nº 111/03 (Processo nº 2706/03 - Constituição de uma Comissão
Especial para tratar do uso de bebidas alcoólicas e de drogas por menores, bem
como da prostituição infantil e exploração de menores em situação de rua na
Cidade de Porto Alegre), de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia; de nº
136/03 (Processo nº 3682/03 – Grande Expediente para homenagear o Dia do
Contador e a passagem dos quinze anos de fundação do Sindicato dos Contadores
do Rio Grande do Sul), de autoria do Vereador João Carlos Nedel; de nº 146/03
(Processo nº 3989/03 – Período de Comunicações para homenagear a passagem dos
cinqüenta anos da Organização Mundial para Educação Pré-Escolar - OMEP), de
autoria da Vereadora Maria Celeste; de nº 149/03 (Processo nº 4012/03 – Período
de Comunicações para homenagear os dez anos da Associação dos ex-Alunos do
Centro de Preparação de Oficiais da Reserva - CPOR - e os setenta e cinco anos
de fundação desse Centro), de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia.
Também, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Nereu D’Avila,
solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01, aposta ao Projeto de
Resolução nº 055/03 (Processo nº 2864/03). Em Discussão Geral, 2ª Sessão,
esteve o Projeto de Resolução nº 055/03, o qual foi discutido pelos Vereadores
Nereu D’Avila, Sebastião Melo, Renato Guimarães, Luiz Braz, Reginaldo Pujol,
Isaac Ainhorn, Elói Guimarães, Darci Campani e Carlos Pestana. Às dezoito horas
e vinte e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Maria Celeste e
secretariados pelos Vereadores Maria Celeste e Elói Guimarães, este como
Secretário “ad hoc”. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nós queremos saudar a
presença do Dr. Lupicínio Rodrigues Filho, que já foi servidor aqui por doze
anos e que traz uma correspondência para a Câmara Municipal no sentido de apoio
a uma idéia de várias entidades, entre elas a OAB, o Clube dos Compositores, o
Sindicato dos Músicos e várias outras, que estão lutando para que o Ministério
da Cultura decrete o próximo ano como o Ano Cultural Lupicínio Rodrigues, pois
nosso grande compositor, se vivo fosse, estaria completando noventa anos. É uma
figura que marcou a história musical do País e fora, até. Portanto, ficamos
muito satisfeitos por tê-lo recebido aqui, conte com o apoio da Casa do Povo de
Porto Alegre porque, realmente, pai e filho merecem a atenção. Saúde e paz!
O Ver. Pedro Américo Leal solicita
Licença para Tratamento de Saúde nos dias 14 e 15 de agosto, conforme atestado
médico anexo. Na condição de Líder da Bancada, o Ver. João Carlos Nedel declara
que o Suplente Roque Jacoby se declara impossibilitado de assumir. A Mesa
declara empossado o Suplente, Ver. Bernardino Vendruscollo, nos termos
regimentais, que integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes.
Bem-vindo, Ver. Bernardino Vendruscollo. Saúde e paz!
Hoje temos o comparecimento dos
integrantes do Movimento dos Focolares, que estão preparando um supercongresso,
a ser realizado ainda em 2003. Estão presentes o Sr. Marcos Vinícios de Betiati
da Silva e a Sra. Silvia Marti Barros, que é a Coordenadora do Congresso.
O Sr. Marcos Vinícios de Betiati da Silva
está com a palavra.
O
SR. MARCOS VINÍCIOS DE BETIATI DA SILVA: Nós somos do
Movimento Juvenil pela Unidade, a parte jovem do Movimento dos Focolares.
Estamos em cerca de 180 países e temos como principal objetivo construir um
mundo unido, buscar a unidade na escola, entre nossos colegas e queremos estar
sempre presentes em assembléias escolares, manifestações pela paz,
manifestações sociais, diversas atividades que nos envolvem com o mundo
cultural e social. São com essas pequenas manifestações que procuramos
construir um mundo mais unido e melhor.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Sra. Silvia Marti
Barros está com a palavra.
A
SRA. SILVIA MARTI BARROS: Então, só para situar, nós, como
Movimento Juvenil pela Unidade, fazemos várias atividades, tanto em nível
maior, com manifestações pela paz, com ajudas sociais em creches ou em vilas
que são mais carentes, como em pequenos atos, na nossa casa, com nossos amigos,
na nossa família. E nós estamos, como o Marcos disse, presentes em todo mundo;
somos de diversas religiões, de diversas raças. Então, só para situá-los um
pouco, de cinco em cinco anos, realiza-se um Congresso em Roma, na Itália, que
é um encontro de todos os jovens para discutir justamente esses temas. Em maio
do ano passado, esse Congresso reuniu nove mil adolescentes do mundo inteiro,
inclusive, eu pude estar presente. Foi um encontro maravilhoso, onde, por meio
de festivais de danças, de músicas, de coreografias e também por meio de
testemunhos, nós pudemos manifestar e vivenciar essa paz. A gente descobriu que
ali o mundo unido estava-se concretizando e que era uma coisa possível de se
viver. Então, para dar continuidade a esse encontro que foi chamado de
Supercongresso, nós também estamos fazendo um miniencontro agora com mil
adolescentes aqui no Estado, que vai-se realizar no dia 21 de setembro na PUC.
E aqui nós estamos, eu e o Marcos, representando o Movimento Juvenil,
convidando todos os Srs. Vereadores para estar presentes e apoiar essa nossa
iniciativa.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nós ficamos
satisfeitos de ver dois jovens com 16 anos, cada um falando da coisa mais
importante para o mundo: a paz. Vocês vão passar um filme?
A
SRA. SILVIA MARTI BARROS: Nós trouxemos algumas imagens desse
Congresso do qual eu participei no ano passado; ele é bem resumido e mostra,
justamente, a diversidade que tem de jovens superdiferentes e que têm como
objetivo e ideal das suas vidas construir a unidade.
(Projeção de filme.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registramos, com
satisfação, a presença do Sr. Valentini Rolando, Prefeito de Tassullo, Província de Trento, Itália, que
também dá o seu apoio ao Movimento Focolares. O Congresso vai-se realizar em
Porto Alegre no dia 21 de setembro, na Pontifícia Universidade Católica, só no
período da tarde. Os jovens Marcos e Silvia estão acompanhados do Sr. Carlos
Augusto Luz Barros e D. Daniela Marti Barros que vão distribuir aos Vereadores
o material. Eu quero destacar um tópico, dizem eles: (Lê.) “O que queremos?
Descobrimos a alegria de viver para os outros, de dar mais do que ter, e
queremos comunicar isso ao maior número de adolescentes possível, por isso
inventamos mil iniciativas.”
O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, caro Marcos Vinícius de
Betiati da Silva, Sra. Silvia Marti Barros e jovens que aqui se encontram, nós
tivemos um momento tocante aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre. Como seria
bom se nós não saíssemos da idade que vocês estão, com os pensamentos e
posições que os jovens e adolescentes têm. Esse Congresso, na cidade eterna, em
Roma, tem o Coliseu como moldura para a mensagem de todos vocês, ali também
houve uma guerra de uma maneira diferente, com os cristãos sendo jogados às
feras. Aquela moldura do Coliseu transportou-me não para o passado, mas para o
futuro, discordo de que a idade de vocês não é a idade dos sonhos, porque
sonhos não têm idade. Eu peço a Deus que vocês continuem sonhando, continuem
com esses movimentos. Quem sabe com esse toque de amor, de carinho e de
fraternidade que vocês estabelecem nesses seus encontros, o coração duro dos
“George Bush” da vida, esses miseráveis que lutam contra a paz, sejam tocados
um dia, e possamos entender que o amor e a fraternidade estão aí para nos dar
uma realidade bem diferente. Um beijo no coração de cada um de vocês. No que
depender do PMDB e, com certeza, extensivo a toda Casa, de toda a Câmara
Municipal, podem contar para que tenhamos esse encontro de novo, não com a
moldura do Coliseu, mas com a moldura dos nossos corações, que seja um encontro
de paz e de fraternidade. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: A Bancada do Partido Progressista desta
Casa, composta pelos Vereadores Beto Moesch, Pedro Américo Leal e, hoje,
Bernardino Vendruscollo, do Presidente João Antonio Dib e deste Vereador, dá as
boas-vindas a esses jovens do Movimento de Focolares. A nossa Bancada tem a
alegria de conhecer muito bem o Movimento dos Focolares, criado pela querida e
iluminada Chiara Lubich. Nós conhecemos também o grande trabalho que está sendo
implantado no Brasil sobre economia e comunhão e gostaríamos muito que isso
fosse, o quanto mais possível, expandido e aplicado para realmente realizarmos
o bem na área de economia. Justamente na Semana da Família que estamos vivendo
hoje no Brasil, vocês vêm com o lema de construir um mundo unido na família, na
escola e em toda parte. Parabéns a esses jovens, construtores do mundo novo,
sucesso em seu Supercongresso que será realizado no dia 21 de setembro, aqui na
PUC. Também estamos com saudades da apresentação da equipe do Genfest, que
apreciamos tanto. Sucesso, parabéns! A Bancada Progressista tem enorme
satisfação em recebê-los. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Aos jovens do Movimento Juvenil pela
Unidade, eu queria dizer que vocês vêm como um sopro, como uma aragem fresca
numa ferida ardente, neste mundo de guerras e de indiferença, de prisões, de
injustiças e desunião; simbolizam a fraternidade e o amor, a disseminação do
amor como lenitivo a essas dores sociais tão intensas que nós vivenciamos no
nosso consciente coletivo, inclusive no brasileiro.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr. Carlos, Sra. Daniela,
Marcos e Silvia, coordenadores dessa caminhada, o que destaca a vontade, o que
destaca a potencialidade do que vocês vieram nos apresentar está resumido, no
meu ponto de vista, quando dizem que jovens – jovens do Rio Grande do Sul, jovens
da Região Sul, aqui da América Latina – irão se reunir para serem protagonistas
da construção de um caminho. Quando nós construímos um sentimento de que o
jovem tem de estar na sociedade para ser protagonista, construtor deste mundo
em que nós vivemos, construtor do seu mundo, isso, no meu ponto de vista, é um
grande avanço. Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores nos colocamos ao
dispor do Movimento dos Focolares, ao dispor desse movimento juvenil pela
unidade, pela paz, inclusive para outros projetos que o Movimento Focolares
tem, como, por exemplo, o Projeto de Fraternidade na Política. Estamos
discutindo, entre as várias Bancadas que acompanham esse processo todo, a
importância de podermos ter um certo grau de unidade, de fraternidade na política
para tratar do bem comum.
Então, esse Congresso vem-se somar a esse
movimento. A nossa Bancada está-se colocando à disposição para poder ajudar na
infra-estrutura, e acredito que as outras Bancadas da mesma maneira. Vamos
estar nos somando a esse processo; no dia 21, estaremos lá para assistir aos
protagonistas deste mundo, talvez não se possa dizer que é para o futuro dos
jovens, mas para o presente dos jovens, que neste presente os jovens sejam
protagonistas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson
está com a palavra.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras; Marcos, Sílvia, Carlos e Daniela, em nome do PDT, em meu nome e no
do Ver. Isaac Ainhorn, Ver. Nereu D’Avila, Ver. Dr. Goulart, Ver. João Bosco
Vaz, nós queremos, com muito carinho, saudar e parabenizar vocês por essa
iniciativa.
Vejam que nesse Congresso que houve em
Roma, na Itália, vocês conseguiram unir 91 países. Portanto, com esse exemplo
de vocês, com jovens de aproximadamente 16 anos, uns mais, uns menos, mas na
mesma faixa etária, que o mundo se espelhe nesse ato de vocês. Esse Movimento
não distingue credo religioso, raça ou nacionalidade, é isso que eu acho que
todos nós queremos: um mundo melhor.
Eu, rapidamente, quero ler um trechinho
aqui que considero servir de alerta para todos nós: (Lê.) “Só o amor pode mudar
o mundo. Jesus, no Evangelho, disse: 'Amai-vos uns aos outros como eu vos
amei.' Queremos que isso se torne realidade entre todos os homens da Terra”;
inclusive nós, representantes do povo aqui da nossa Capital, da nossa Porto
Alegre.
Um grande e fraterno abraço a vocês.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, prezados Sr. Carlos Augusto e Sra. Daniela, prezados Marcos
Vinícius e Silvia, quero dizer da nossa alegria por vocês estarem aqui hoje e
poderem participar a todos os Vereadores desse Movimento. Principalmente esse
que é um movimento jovem dentro desse espírito de solidariedade e fraternidade.
Ao longo de nossas vidas, quanto mais velhos nos tornamos, vamos ficando mais
entristecidos e nos esquecendo desses valores. E a juventude tem essa
vitalidade de ser mais facilitadora dos problemas.
Então, nós queremos, em nome do nosso
Partido, o Partido Socialista Brasileiro, dizer que essa comunhão de buscar o
bem comum e viver, no próprio termo da palavra, em comunidade, é algo que se quer
e se busca, e vocês o fazem com propriedade.
Lembro-me de que, há uns vinte anos, mais
ou menos, nós recebemos na nossa casa um grupo de jovens de um movimento que
existia na América Latina, o Viva La Gente. Nós hospedamos os jovens, que eram
para ficar dez dias, mas ficaram 51 dias lá em casa! Esse Movimento é de
fraternidade, de buscar acolhida, de dizer no olho do irmão: “Eu te quero e
preciso de ti”, pois no mundo uns dependem dos outros. Parabéns por essa
iniciativa e que vocês convençam e busquem outros jovens a ingressar nesse
Movimento, porque precisamos de um mundo mais fraterno. Parabéns. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr. Marcos Vinícios de
Betiati da Silva, Sra. Silvia Marti Barros, Coordenadora do Congresso, e jovens
presentes, quando movimentos se estruturam no interior da juventude, eles se
propõem, como o presente Movimento, a levar avante essas grandes bandeiras -
que é o que resta, porque todos sabemos que as ideologias fracassaram no mundo
- da fraternidade, da cordialidade, do amor, porque fora isso, evidentemente,
não teremos soluções.
Nós queremos aqui, em nome do Partido
Trabalhista Brasileiro, cumprimentá-los por esse trabalho, essa luta, que
fazem, no sentido de promover exatamente esses fatores fundamentais, não só a
busca do entendimento, da confraternização, como também a qualidade de vida.
São nesses encontros, nessas comemorações, enfim, em todo esse movimento que se
busca, exatamente, uma maior compreensão, uma melhor qualidade de vida para as
pessoas. Meus cumprimentos.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Neste momento, não há
mais oradores inscritos. Nós agradecemos aos jovens Marcos Vinícios de Betiati
da Silva e Silvia Marti Barros pela presença, eles vieram nos dizer que têm
muito mais alegria em dar do que em ter, isso é importante e merece reflexão.
Agradecemos ao Sr. Carlos Augusto Luz Barros e a Sra. Daniela Marti Barros pela
presença. Agradecemos ao Prefeito de Tassulo, na Província de Trento, de
Valentini Rolando, que é um dos apoiadores dos Focolares, pela presença.
Reiteramos que o Congresso se realizará em Porto Alegre na Pontifícia
Universidade Católica, no dia 21 de setembro, à tarde. A todos vocês, muito
obrigado. Saúde e paz!
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h57min.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – 14h59min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos às
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra por cedência de tempo do Ver. Valdir Caetano em Comunicações.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, em função de um Processo em que o Ver. Sebastião Melo transforma em
Lei o fornecimento da senha, por intermédio da qual nós teríamos acesso às
informações do movimento financeiro da Prefeitura Municipal e a outros dados,
hoje pela manhã, eu vim seco por um número sigiloso ao qual eu tivesse acesso,
mas os técnicos da Prefeitura Municipal trouxeram aqui uma coisa que, de certa
forma, tenta esvaziar o mérito do trabalho magnífico do Ver. Sebastião Melo.
Foi dito que qualquer cidadão pode acessar, pode chegar aos dados que até hoje
eram tão misteriosos e tão inacessíveis para nós. Precisou de uma Lei para que
isso ficasse estabelecido, e quero dizer inclusive que o próprio Prefeito pediu
desculpas pela demora, a coisa estava demorada mesmo, mas o toque que penso
deveria ser outro, não é com respeito à exclusividade dos Vereadores, mas à
permanente tentativa do Executivo Municipal de esvaziar as questões da Câmara
Municipal. Todos os técnicos foram unânimes em afirmar que qualquer pessoa que
acessasse o site da Prefeitura
Municipal teria agora direito a chegar a todos os números da Prefeitura. A
pergunta é: por que isso não foi feito já há muito mais tempo? Segundo: por que
precisou de uma Lei para que isso ficasse estabelecido? Terceiro: a primeira e
mais rápida de todas as iniciativas, por que, no momento de solenidade, ficou o
vazio imenso da inoperância e dispensabilidade dessa Lei? Porque não há senha,
não existe a senha. De um lado, todos os lançamentos financeiros que
aparentemente formam e são um acréscimo a um processo de transparência, formam,
de outro lado, uma desaprovação, uma indiferença e, até mais, uma forma de
esvaziar o trabalho legislativo. Não existe a senha, existe apenas o endereço
de um site. Ora, se fosse isso, não
precisaria da Lei. Se fosse isso, tranqüilamente, nós já poderíamos ter
acessado - há muito tempo, nesses 16 anos de Partido dos Trabalhadores, que já
estão quase no fim, com toda a tranqüilidade, com uma grande economia de
trabalho, com uma grande economia de papel, uma grande economia de energia e de
desgaste - esses dados que nós tanto buscamos, que tanto procuramos. Ver. Beto
Moesch, não existe senha. Para eles não há Câmara de Vereadores; a democracia é
direta, como faziam os velhos ditadores que eliminavam os parlamentos e, com
isso, faziam com o povo uma democracia direta. Que bom, que ótimo, não é? Que
forma sutil, que não precisa de recados, de tentar esvaziar, mais uma vez, esta
Câmara Municipal. Onde está a senha? Que senha? Não existe senha. Não precisava
reunião.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães
está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Wilton Araújo em Comunicações.
O
SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, estranhei a postura do Ver. Cláudio Sebenelo, Líder do PSDB,
porque, em primeiro lugar, o que o Prefeito veio trazer hoje de manhã foi algo
além do que a Câmara Municipal pediu. A Câmara Municipal pediu uma senha para
que, com exclusividade, os Vereadores pudessem entrar no sistema orçamentário.
A Prefeitura produziu um programa que abre o sistema orçamentário para todo o
cidadão que tiver acesso à Internet.
A senha foi dada para os Vereadores da Casa e foi dada para todos os cidadãos -
porto-alegrenses, do Rio Grande do Sul, do Brasil, do mundo - que tenham acesso
à Internet. Qual é o defeito disso?
Ganhou ou perdeu a Câmara de Vereadores? Ganhou! Um Vereador trouxe o debate
sobre a questão de tornar acessível uma peça complexa. O Orçamento, da maneira
como ele é colocado para o Tribunal de Contas, não é uma peça fácil de ser
entendida. Mesmo assim, vamos lutar pela transparência, para que o cidadão se
aproprie, cada vez mais, das contas públicas. Está aberto o Orçamento Público a
todo o cidadão. Isso nasceu onde? Nasceu na Câmara de Vereadores. É uma vitória
da Câmara de Vereadores! Mas os Vereadores não aceitam. “Não, nós não queremos!
Nós não queremos assim: veio com caramelo, e nós queríamos com açúcar de
baunilha.” Por favor! Esta Câmara tem que ser séria com o que produz. Ela
produziu um debate que chegou a um ponto: é necessário que o Orçamento, as
despesas do Município, os relatórios do Tribunal de Contas estejam à disposição
de todos. São peças contábeis complexas, mas é bom que estejam abertas. Todos
podem acessar, pela Internet, a
Secretaria Municipal da Fazenda, o Setor de Despesas. Ao abrir a página do site da Secretaria Municipal da Fazenda,
todas as informações vão estar ali à disposição, dos Vereadores que começaram a
batalha, de todos os cidadãos que têm acesso à Internet. Buenas, foi-se
além disso: o que se queria era a execução orçamentária, e a Prefeitura achou
interessante colocar todos os relatórios, Ver.ª Margarete Moraes. Além da
execução orçamentária, todos os relatórios que são mandados para o Tribunal de
Contas estão acessíveis. Aí, os Vereadores dizem: “Não! Não era assim que nós
queríamos, faltou o açúcar de baunilha.” Por favor! Eu acho que nós desgastamos
a Câmara de Vereadores e caímos no ridículo de propor algo e votar contra; nós
caímos no ridículo, Ver. Aldacir Oliboni, de propor algo e depois pedir para
não aprovar, como aconteceu um dia desses. Um Vereador encaminhou 30 Emendas à
LDO e não se sentiu contente com o acordo que a democracia da Casa produziu.
“Agora eu não quero brincar mais. Eu quero que votem contra as minhas Emendas,
porque eu queria brincar de outro jeito; eu só queria ser oposição por
oposição; eu não queria contribuir, de fato, com as minhas Emendas. “
Por favor, nós temos que nos cuidar,
porque esse discurso, para quem está nos olhando, é perigoso para a democracia,
é perigoso para o Legislativo.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra por transposição de tempo do Ver. Zé Valdir em
Comunicações.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, hoje tivemos a oportunidade de estarmos junto com sócios do Grêmio
Náutico União, lá na Ilha, e estávamos falando a respeito dos Jogos
Pan-Americanos, em que o Brasil, até o presente momento, está em 3.º lugar,
perdendo apenas para os Estados Unidos e Cuba.
Um detalhe importante: o Grêmio Náutico
União enviou treze atletas e quatro técnicos, uma delegação de dezessete
pessoas. Outro dado importante: o Grêmio Náutico União, até o dia de ontem, já
havia conquistado nove medalhas, e o Brasil, 101, ou seja, quase 10% das
medalhas que o nosso País obteve nos Jogos Pan-Americanos são oriundas do
Grêmio Náutico União. Os atletas do remo ganharam oito medalhas. Quando eu digo
“os atletas”, falo isso porque, às vezes, é computada só uma medalha, mas
envolve dois ou mais atletas, como no double
skiff.
O que nós pretendemos? Parabenizar o
Grêmio Náutico União pelas conquistas de seus atletas e por eles, ao mesmo
tempo, elevarem o nome dos desporto do Rio Grande e do Brasil.
Venho também aqui, de público, fazer uma
constatação: o Rio Grande do Sul ainda não possui uma raia olímpica. Junto ao
parque náutico há uma raia, mas não é em caráter oficial, porque até hoje não
houve concessão por parte da FEPAM nem por parte do IBAMA. O Governador, no ano
passado, num almoço no próprio Grêmio Náutico União, comprometeu-se em tentar
agilizar. É por isso que nós viemos aqui, de público, dizer: “Sr. Governador,
V. Exa. assumiu um compromisso.” Os atletas do Grêmio Náutico União,
representando o Rio Grande do Sul no remo, deram o seu recado. Agora o que está
faltando? Sabemos que o Governador já designou uma ou outra pessoa para tentar
agilizar. O que nós queremos é que, realmente, agilizem, para que Porto Alegre,
o Rio Grande do Sul possa ser o grande “celeiro” que já é no remo, como uma das
grandes expressões, não só da América, mas do mundo.
O
Sr. Beto Moesch: Vossa Excelência permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Carlos Alberto Garcia, eu tenho acompanhado esse
assunto também; é um assunto que me interessa, tu sabes bem. Em primeiro lugar,
não é tão fácil, porque aquilo é um parque, um parque estadual e necessita de
autorizações especiais. É um ecossistema frágil dentro de um parque; então, não
é uma licença qualquer que se tenha que dar. Eu me coloco à disposição. Tenho
feito isso de forma individualizada, mas, quem sabe, nós possamos criar um
grupo aqui para tentar acompanhar e agilizar a viabilidade ou não dessa
licença, porque isso é de fundamental importância para o esporte, mas a atual
raia olímpica está dentro de um ecossistema muito frágil e importante aqui para
a Região Metropolitana.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Obrigado, Vereador. Eu acho que é
importante a adesão de todos os Vereadores, dos desportistas em geral.
Reconhecemos essa questão de ordem técnica, mas melhores condições para o
esporte são muito necessárias. Com essas dificuldades, nossos atletas já
conseguem medalhas; imaginem com o Governo facilitando! E nós não queremos nada
de ilegal, mas facilitar implica basicamente trazer para Porto Alegre, para o
Rio Grande do Sul, inúmeras competições em âmbito nacional e internacional.
Esse fomento e esse congraçamento da atividade esportiva certamente vão elevar
o nível técnico, nós não temos dúvida nenhuma.
Este Vereador não faz parte do atual
Governo, mas vai ser o primeiro a vir aqui e dizer: “Parabéns, Governador
Germano Rigotto por essa iniciativa! O senhor assumiu um compromisso, viu,
aparou as arestas, e o desporto do Rio Grande do Sul agradece.” É isso que nós
queremos fazer, mas para isso é que nós estamos cobrando hoje. Queremos mais
uma vez parabenizar os nossos atletas, mas, principalmente, hoje, os do Grêmio
Náutico União. Treze atletas, quatro dirigentes num total de dezessete pessoas,
ganhando nove medalhas! Praticamente 10% das medalhas que o Brasil conseguiu
são oriundas, são provenientes do Grêmio Náutico União. Por isso, parabéns a
sua Direção, aos seus atletas, aos seus técnicos! Muito obrigado, Sra.
Presidenta.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O Ver. Aldacir Oliboni
está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Ver.ª Maria Celeste, presidindo os
trabalhos, Vereadores, Vereadoras, eu queria inicialmente fazer um registro,
que é de extrema importância para todos nós, sobre uma luta que tem sido travada
desde o início do ano passado, de tentar apresentar, nesta Casa, um Projeto
sobre o assédio moral. Sabendo que, sendo proposto pelo Legislativo, seria
inconstitucional, foi feita uma discussão com o Executivo, e, agora, nesta
semana, o Prefeito Municipal de Porto Alegre, João Verle, assinou, liberou o
Projeto, que foi protocolado nesta Casa. Nos próximos dias, teremos aqui a
discussão sobre esse Projeto, que é de extrema importância, já que tem um
grande conjunto de trabalhadores que está solicitando que isso se torne lei.
Hoje eu queria falar um pouco da
realidade dos trabalhadores da Saúde, que, há mais de dois meses, vêm
trabalhando na idéia de reposição salarial, porque a sua data-base - nossa
data-base; eu sou trabalhador da Saúde - é de abril a maio e, no período de
abril de 2002 a maio de 2003, nós tivemos 18,54% de perdas. Os trabalhadores
que fazem parte dos vinte e dois hospitais de Porto Alegre, das trezentas
clínicas e dos dois hospitais estratégicos, como é o caso do Hospital Conceição
e do Hospital de Clínicas, buscam, com sua luta, com sua mobilização, a
negociação do dissídio coletivo. Todos nós sabemos, que, recentemente, foram
feitas 30 horas de paralisação. Olhando de fora, dá a impressão de que esses
trabalhadores estão prejudicando a sociedade de um modo geral, mas, nós, que
trabalhamos na área da saúde, sabemos o quanto é importante as pessoas serem
valorizadas. Para sermos valorizados é evidente que nós queremos condições de
trabalho e melhores salários para todos. E é um direito do Sindicato buscar,
por meio da sua luta, da sua mobilização, melhores condições de vida. Compõe o
SINDIHOSPA mais de trezentas clínicas de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande
do Sul; mais os vinte e dois hospitais filantrópicos e algo mais; mais dois hospitais
públicos, que são o Conceição e o Clínicas, e nós sabemos que quem detém o
poder de voto são as clínicas, que estão impedindo a negociação de avançar. O
nobre Ver. Dr. Goulart, que aqui pede um aparte, tem acompanhado diariamente
essa mobilização junto com este Vereador; ontem nós enviamos uma Moção de Apoio
ao movimento dos trabalhadores e queremos nos manifestar publicamente na defesa
dessa luta e de melhores condições de trabalho.
O
Sr. Dr. Goulart: Vossa Excelência permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Aldacir Oliboni, eu vim aqui me solidarizar com
V. Exa. e, ao mesmo tempo, agradecer esse trabalho que, mesmo V. Exa. fazendo
parte do Partido que manda no Conceição, que é um dos principais elementos
desse complexo que V. Exa. descrevia, está apontando para o gestor a
importância dessa correção ou de uma aproximação dessa correção para os
trabalhadores da Saúde, tão incomodados em todas as situações por todos os
governos. Em nome dos médicos, em nome dos pacientes, eu quero agradecer a V.
Exa. pelo seu interesse por isso. Nós visitamos o Hospital de Clínicas e o
Hospital Conceição para tentarmos negociar – não, só eles deram sua solução.
Dizem que têm que decidir em grupo. Temos de buscar a conversa com o
SINDIHOSPA. Aliás, o Hospital Moinhos de Vento tem que dizer qual a sua volta
social para a comunidade, pois o Hospital Mãe de Deus informou que trabalhava
bem a sua parte social. Esses hospitais têm de vir ao nosso encontro para se
solidarizarem. Desculpem a emoção do aparte.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Muito obrigado, Ver. Dr. Goulart. Eu
queria também lembrar que os trabalhadores da Saúde vem, ao longo dos anos,
lutando por um piso salarial, por um plano de cargos e salários, e, se isso
tivesse sido implementado, nós não teríamos tido essa diferenciação no momento
da negociação do dissídio coletivo. É importante que esses hospitais se
solidarizem com os trabalhadores da Saúde, porque no Estado do Rio Grande do
Sul são mais de cinqüenta mil trabalhadores e aqui em Porto Alegre são vinte e
seis mil trabalhadores. Entendemos nós que essa reivindicação é justa, que
houve avanço, sim, desde o início da negociação, até porque a proposta inicial
era 3% e hoje, embora escalonada de 3%, 6% e 8%, ainda não atende aos anseios
da categoria. Esperamos que até terça-feira próxima, quando será deflagrado
então mais três dias de greve, possa a patronal se sensibilizar com essa luta
dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e de vida. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson
está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho em
Comunicações.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhores, senhoras que nos
acompanham nas galerias e também pela TVCâmara, saúdo a todos; primeiro, quero
agradecer ao meu colega Ver. Almerindo Filho por ter-me cedido seu tempo no
período de Comunicações.
Meus caros colegas Vereadores, no dia de
hoje, nós tivemos a honra de receber um grupo de jovens, que esteve, há pouco,
em um congresso, em Roma, com a representação de 91 países. E esses jovens, com
aproximadamente 16 anos, pronunciaram-se sem distinção de credo, raça ou
nacionalidade, para que o mundo seja mais unido e melhor para todos. Portanto,
foi uma honra receber esses jovens, fica um alerta para que as pessoas tomem
consciência, para que o mundo se volte para uma vida melhor, pois muitos países
ainda vivem em guerra, causando muito sofrimento. Temos de tomar o caminho para
uma vida melhor para todos.
Por outro lado, abrimos os
jornais e vemos as notícias do MST. Não somos contra a Reforma Agrária,
principalmente, o meu Partido, o PDT, onde o nosso chefe maior, Leonel de Moura
Brizola, meu caro Ver. Dr. Goulart, fez a Reforma Agrária do Banhado do
Colégio, que é um exemplo para todos. O Partido que está no poder, o nosso
Presidente, todos querem uma Reforma Agrária, então, é só se espelharem na
Reforma Agrária que o Brizola fez e não no que está acontecendo hoje.
Não só esta Casa, mas todos os
parlamentos deste País têm que se preocupar com a destruição que está
acontecendo em nosso País, com o MST. Semanalmente, estamos vendo na televisão
invasões de propriedades produtivas, destruição de residências, destruição de
máquinas agrícolas e assim por diante.
Há pouco estivemos no Paraná, em Pato
Branco, e ouvi dos produtores, Ver. Dr. Goulart, sobre a preocupação com as
invasões que estão ocorrendo naquela região. Em Maravilha, uma cidade no
Sudoeste do Paraná, uma propriedade foi invadida e houve uma criminosa destruição.
Em Laranjeiras do Sul, a mesma coisa; em Minas Gerais aconteceu, há poucos
dias, a mesma coisa; em São Paulo também.
O que vai acontecer em São Gabriel? Vocês
já se deram conta, meus caros colegas Vereadores, pessoas que nos assistem pela
TVCâmara, quanto está custando tudo isso para os cofres públicos? Dinheiro do
povo, contribuição do povo, milhões e milhões de reais! Policiais que deveriam
estar em suas cidades dando segurança para o povo, estão lá para controlar
aquela situação. Quantas casas poderiam ser construídas para o nosso povo
pobre? Quantas viaturas e equipamentos poderiam ser comprados com esse
dinheiro, para a segurança pública? E estamos gastando com pessoas
irresponsáveis, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e alguém vai pagar por isso!
Alguém um dia vai pagar por essa destruição que essa gente irresponsável está
fazendo no nosso País. Essa gente tem de ler a Constituição, que é clara no que
diz respeito ao Direito de Propriedade, que não está sendo respeitado.
Propriedades produtivas estão sendo invadidas e liquidadas por essa gente. Meu
caro Presidente, é lamentável ter de subir a esta tribuna e fazer um tipo de
pronunciamento como este, mas, como já disse, alguém um dia vai pagar por isso
e vai pagar muito caro! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch
está com a palavra em Comunicações.
O
SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, vejam, telespectadores, como esta Cidade é dinâmica, como vários
assuntos são pautados no dia-a-dia desta Cidade.
Sr. Presidente, eu gostaria de poder...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Srs. Vereadores, há um
orador na tribuna, por favor, atenção.
O
SR. BETO MOESCH: Obrigado, Sr. Presidente. Eu venho
novamente à tribuna, obrigação que tenho por ter instituído e presidido a
Comissão Especial da 3.ª Perimetral, que teve como Relator o Ver. Isaac Ainhorn
e como Vice-Presidente a Ver.ª Maria Celeste. Nós estamos em agosto de 2003, e
o relatório da Comissão Especial da 3.ª Perimetral foi entregue em agosto de
2001 em mãos do então Prefeito Tarso Genro. Dois anos se passaram, e a Câmara
de Vereadores, que constituiu uma Comissão Especial de onze Vereadores, até
hoje não recebeu uma resposta sequer do Poder Executivo as nossas
reivindicações, aos nossos apontamentos, as nossas sugestões, enfim, ao
trabalho que resultou de mais de vinte audiências públicas com a comunidade,
com técnicos, com quem fez o EIA-Rima, com Secretários Municipais, essa
Comissão que estudou mais de cinco mil páginas do Estudo Prévio de Impacto
Ambiental. O desrespeito e a inflexibilidade do Poder Executivo não impressiona
apenas a comunidade porto-alegrense; surpreende também a nós, Vereadores, essa
inflexibilidade, essa arrogância do Poder Executivo que não responde, que não
dá interesse, não só a meras demandas, mas a estudos e solicitações legítimas e
legais feitas por esta Casa, mas não tenho desistido. O Prefeito mudou, a
Liderança de Governo mudou, o Secretário Municipal de Meio Ambiente mudou. Nós continuamos,
Ver. Dr. Goulart, tentando ampliar as compensações ambientais da 3.ª
Perimetral, porque provamos que elas não são proporcionais ao impacto. Provamos
isso, e a Prefeitura respondeu: “A queda do dólar ajuda a Perimetral. Com o
saldo, a Prefeitura vai qualificar a obra da avenida, construindo viaduto ao
norte e túnel ao sul.” Sobram recursos, fazem-se apenas obras, mas não se
amplia a preservação do meio ambiente. Para a Prefeitura, qualificar a obra da
3.ª Perimetral é apenas fazer mais concreto e mais asfalto, desumanizando-a
ainda mais. Na interpretação da Prefeitura, ampliar as compensações ambientais
não qualifica a 3.ª Perimetral. Isso mostra, de forma objetiva e clara, que a
Prefeitura de Porto Alegre está muito longe de priorizar a proteção do meio
ambiente na execução, na Administração da Cidade de Porto Alegre.
“Obra
da Perimetral é receita da Dom Pedro II”. A própria Prefeitura diz: “Como
muitas árvores foram cortadas, e haverá pavimentação da via, a água da chuva
correrá mais rápido.” Estão encontrando várias rochas no subsolo, e estão
refazendo a obra, porque não foi feito um estudo geológico antes de fazer a 3.ª
Perimetral, como qualquer obra de engenharia necessitaria, ao menos uma obra do
porte dessa. Morrem árvores na Perimetral; as mudas plantadas para compensar a
obra sofrem com depredação, por causas naturais e por falta de acompanhamento,
que foi sugerido; a própria Prefeitura se comprometeu a acompanhar o
crescimento dessas mudas, mas não acompanhou, e elas estão morrendo. Então, eu
lamento profundamente e, mais uma vez, venho a esta tribuna. Isso mostra que as
comissões feitas nesta Casa com o intuito de colaborar não têm importância para
a Prefeitura. Infelizmente, a Prefeitura não quer uma oposição responsável, uma
oposição cívica. Ela quer, sim, uma oposição radical, porque ela só ouve assim,
infelizmente. A cidade de Porto Alegre não merece a Prefeitura que hoje está no
poder. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está
com a palavra por transposição de tempo do Ver. Carlos Alberto Garcia.
O
SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, toda vez
que há um recrudescimento da violência, os conservadores já têm uma explicação
simplista, que é a seguinte, basicamente: falta rigor da Polícia, e os entraves
legais, os direitos humanos é que impedem que se combata a violência, como se
observar o devido processo legal, que está na Constituição, como se prisão, só
em flagrante delito, não fosse um dado civilizatório, uma conquista da
humanidade. Se alguém tiver dúvida do que eu estou dizendo, eu vou aconselhar a
ler “Do Delito e das Penas”, um livro de Beccaria, escrito no século XVIII,
quando ele já propunha tudo isso. Foi o precursor do atual Direito Penal, num
certo sentido.
Então, esse é um dado civilizatório. No
governo passado, agregava-se a tudo isso alguns outros fatores; era culpa
exclusiva do Governo Olívio, porque o Governo Olívio seguia alguns certos
preceitos legais e defendia que a Polícia não podia agir como bandido. A
Polícia tinha que observar a Constituição e a Lei. Os conservadores chamaram
isso de ideologização da Polícia. Esse era o discurso construído pelos
conservadores, apoiado no setor da mídia. E eram manchetes nos jornais,
especialmente no jornal Zero Hora. Tudo era manchete.
De lá para cá, a situação piorou. A única
coisa que mudou foi a versão sobre a realidade, porque agora não se fala mais
sobre segurança. Aliás, aqui nesta Casa, o Ver. Pedro Américo Leal, que não
está agora no plenário, nem fala mais sobre o assunto e era o campeão em falar
aqui no plenário. E no jornal Zero Hora o assunto migrou, como eu disse e
provo, para as páginas centrais, não aparece mais em manchetes. Hoje, por
exemplo, na Zero Hora publica, na página 48, sem chamada na capa, há uma
pesquisa mostrando que vários crimes no Estado aumentaram em comparação ao
primeiro semestre do Governo Olívio. Aumentaram. Por exemplo, o latrocínio,
roubo com morte, aumentou 41,81%, e a filosofia do governo paz e amor é que está
em vigor: a polícia atira primeiro e pergunta depois. Já matou, inclusive, um
professor nessa brincadeira. Só por isso, aliás, saiu manchete, porque as
execuções estão sendo feitas por aí e não estão sendo noticiadas. A polícia
está agindo com todo aquele extremo rigor. Teoricamente, não se está mais
ideologizando a Brigada, e os crimes e a violência estão aumentando. Agora, a
própria imprensa, os setores da imprensa e os conservadores são vítimas do
próprio simplismo, porque agora não podem dizer que é um problema social,
porque, no tempo do Olívio, não era problema social. Então, agora, o que está
faltando? É estranho, porque agora a explicação para esses dados da Secretaria
é que os dados não estavam autorizados. Vejam os senhores a que ponto nós chegamos!
O jornal eletrônico Mídia Alerta, que
aconselho todos os Vereadores a ler, tem um trechinho muito interessante. Eu
vou ler para que fique nos Anais desta Câmara: (Lê.) “É mais uma confirmação do
que temos dito em outras ocasiões: a violência visivelmente aumentou. No
interior, isso é indiscutível, parece mesmo fora de controle. O movimento
reivindicatório de policiais, com acampamentos na frente do Palácio Piratini,
fez um mês, e o assunto da segurança pública continua sendo esfriado pela
mídia, principalmente pela RBS. Na semana passada, até o Paulo Sant’Ana foi
assaltado numa agência lotérica. Você sabia? Que repercussão teve isso? Teve
capa? Aconteceram comentários exaltados de outras épocas? Tudo faz crer que há
um silêncio em vigor nas redações para proteger o Governo. Ninguém comenta,
ninguém noticia”.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, seu tempo
está esgotado. (Pausa.) O Ver. Zé Valdir está com a palavra por cedência de
tempo do Ver. Carlos Pestana em Comunicações.
O
SR. ZÉ VALDIR: Muito obrigado, Sr. Presidente. (Lê.)
“Mas está em andamento um forte movimento reivindicatório de Policiais Civis e
Militares, Agentes de Superintendência dos Serviços Penitenciários, servidores
do Instituto-Geral de Perícias. Há várias barracas de servidores acampados em
frente ao Palácio desde o dia 08 de julho, eles estão reunidos sob o Comando da
Federação das Entidades de Classe da área de segurança. Eles querem reposição
da inflação de 56%, aposentadoria integral e paridade, ativo e inativo. Uma das
muitas faixas diz que auto-estima também é salário, ironiza o novo bordão da
Secretaria de Segurança Pública. Rigotto está protegido.” Rigotto montou um
escudo invisível, como diz aquela propaganda, para se proteger das más
notícias. Eu estou falando isso aqui, porque todo o Rio Grande está vendo isso,
todo o Rio Grande sente isso, Porto Alegre sente isso. E não é possível que os
Vereadores, que, sobre esse tema, eram tão prolixos no governo passado, não
falem mais sobre segurança. O Ver. Pedro Américo Leal fazia discursos
inflamados, dramáticos, apelos dramáticos, agora o Secretário José Otávio
Germano, que é do seu Partido, está na Secretaria, ele criticava o Bisol, mas
eu não o vejo mais fazer aqueles apelos, nem ninguém do Partido Progressista. E
eu vou parafrasear o Ver. Pedro Américo Leal: Ver. Pedro Américo Leal, pessoal
do PP, nos ajudem! Onde está a segurança!? Cadê a segurança?, como o Vereador
dizia aqui: “PT, me ajude, cadê a segurança!?” Agora o Ver. Pedro Américo Leal
ficou calado, e eu digo: PP, onde está a segurança? Onde é que está a
segurança? Sumiram todos.
Eu quero também comentar o que o Ver.
Ervino Besson disse aqui sobre Reforma Agrária. Nós não devemos aconselhar as
pessoas a lerem as coisas quando a gente não lê, isso é muito perigoso. Ele
mandou ler a Constituição, mas ele não leu a Constituição, pois eu vou ler o
art. 184 da Constituição Federal: (Lê.) “Compete à União desapropriar por
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja
cumprindo a sua função social, mediante prévia e justa indenização em título da
dívida agrária....”. O INCRA, que começou esse processo contra a fazenda, em
São Gabriel, no Governo do Fernando Henrique, foi impedido, pelo proprietário,
de fazer a vistoria. Então, quem não está cumprindo a Constituição é o
proprietário, que mentiu, Ver. Ervino Besson – V. Exa. tem de ler a
Constituição em vez de aconselhar os outros a fazê-lo -, por exemplo,
declarando que a sua propriedade tinha 1,3 mil hectares plantados de arroz,
quando tinha 889 hectares plantados, declarando que tinha 700 hectares em soja,
quando tinha 303 hectares. Não declarou que tinha ovinos, e tinha onze mil,
mentiu nas informações que forneceu ao INCRA num processo que começou no
Governo Fernando Henrique. Ele tentou impedir, legalmente, o Governo Federal de
cumprir com a Constituição. Então, V. Exa. aconselha a ler a Constituição e não
a leu. O que está sendo feito na fazenda de São Gabriel é o cumprimento da
Constituição.
O
Sr. Juberlei Bacelo: Vossa Excelência permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Zé Valdir, eu gostaria de me solidarizar com a
sua explanação aqui e reforçar que tenho visto nesta Casa também que os
Vereadores não mais se solidarizam com os trabalhadores do Estado do Rio Grande
do Sul, porque atualmente temos os Fiscais da Receita em greve, os
trabalhadores da CORSAN em greve, a Brigada ameaçando fazer greve, o CPERS
dizendo que terá de fazer greve, e parece que ninguém mais vê isso. Há aqui
Partidos que, inclusive, abanam para a classe trabalhadora, mas mostram seus
compromissos com os conservadores, com os latifundiários, só vêem na
Constituição o direito à propriedade privada; agora, a função social da terra,
o direito básico à educação, a não passar fome, isso eles não leram na Constituição.
O
SR. ZÉ VALDIR: Quero dizer ao Ver. Cláudio Sebenelo, que
lamentou que não se tinha acesso à Internet,
que há 16 anos não havia computadores na Casa. O primeiro convênio com a
Procempa foi na gestão do nosso companheiro Clóvis Ilgenfritz na presidência da
Câmara.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, seu tempo
está esgotado.
O
SR. ZÉ VALDIR: Apenas para concluir. Não faça dos relatórios
uma arma, porque a vítima pode ser você. Agora, todos os que pediram os
relatórios não estão gostando, porque estão encontrando os dados ali. Não
queriam ter os dados, apenas criar um caso com a Administração Popular.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Zé Valdir,
V. Exa. não teve o mesmo rigorismo para encerrar como o teve para iniciar o seu
pronunciamento. Mas V. Exa. deu um aparte e está correto. Saúde e paz!
O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
confesso que gostaria de vir a esta tribuna para debater assuntos ligados e
atinentes à cidade de Porto Alegre, mas o debate se estabeleceu em torno de um
dos mais complexos problemas da história da humanidade, que remonta à
antigüidade. Infelizmente, nós sabemos que a história da propriedade, nos
diversos estados, países, cidades-estados, sempre foi extremamente complexa e
difícil. Já na Roma antiga, os irmãos Graco foram decapitados na luta por uma
reforma agrária, o México rebelde retrata a experiência da reforma agrária lá,
há tantos outros exemplos. Em nosso País, um Governo legal e constitucional foi
derrubado por via de um golpe de estado em razão do estabelecimento de uma
política agrária de desapropriação das terras improdutivas às margens das
rodovias e dos açudes. Eu quero dizer ao Ver. Zé Valdir que eu participo da sua
linha de pensamento, linha constitucional. A Constituição estabelece: “Compete
à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e
justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do
valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de
sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.”
Agora, convenhamos, Ver. Zé Valdir, eu
penso que está criada uma controvérsia em relação a essa fazenda, na qual o
INCRA estabeleceu um início de processo de desapropriação. Existem dúvidas. Às
vezes, há circunstâncias, Vereadores, em que o produtor rural tem uma
determinada área de arroz plantada, na época que informou, mas a crise e a
ausência de subsídios para atividade agrícola e pecuária neste País levam,
muitas vezes, à ausência de capital de giro, porque se trata de uma atividade
de resultados muito pequenos e de extraordinários riscos. Recém estamos
retomando uma possibilidade de desenvolvimento da atividade agrícola, porque a
pecuária está numa situação extremamente difícil. Melhorou um pouco o preço
recentemente, porque nós estamos na entressafra. Compra-se, por exemplo, uma
vaca, Ver. Zé Valdir – só para lhe dizer a situação da pecuária -, num arremate
no interior do Estado, por 300 reais, uma vaca criada. Eu só informo a V. Exa.,
porque eu sou produtor rural e posso dizer isso a V. Exa., e me honro dessa
atividade. Trezentos reais uma vaca! E o preço da carne está nas raias do
absurdo no supermercado. Por exemplo, o quilo da picanha está 13 reais, 14
reais, no entanto o produtor vende o boi em pé a um real e cinqüenta centavos e
não sabe se vai receber. Agora, quero-lhe dizer o seguinte: está sub judice. Não adianta pegar 13.000
hectares, dividir em 500 famílias e entregar 25 hectares para cada sem-terra
que não produz nada. Isso não vai resolver o problema agrário do nosso País,
pelo contrário, criam-se as chamadas “favelas rurais”. E o caminho da
insurreição, preconizado pelo MST – eu sei que não é o seu pensamento -, não
lava a nada. Como também o confronto armado entre um e outro não leva a nada.
Eu tenho um tempo reduzido para
desenvolver este assunto. Sou favorável à Reforma Agrária nas terras
improdutivas, mas o problema é o seguinte: há situações e situações, algumas
delas levadas pelo calor do debate ideológico. Não adianta nós criarmos, no
nosso Interior, favelas rurais; nós temos de criar, no Interior, unidades produtivas.
Aliás, uma experiência que está dando certo na base de 50 a 70 hectares, em
termos de cooperativa, é o Banco da Terra. Está lá em Conde de Porto Alegre, a
50 Km de São Borja, uma experiência de pequenos produtores, fruto da Reforma
Agrária do Governo Fernando Henrique - eu tenho de admitir - mas que está dando
certo! Estão lá produzindo milho, produzindo soja e produzindo arroz irrigado!
Só não foi melhor, porque houve uma frustração da safra por um frio que veio
numa hora que não devia vir! Isso é a história do produtor rural e dos
arrendatários, que produzem, que pagam caro pelo preço da terra e não têm
incentivo e subsídio! E o Governo de V. Exa. procede na mesma política, sem
incentivo à atividade agrária! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito ao nobre colega, Ver. Zé Valdir, que sabe tudo nesta Casa, pelo menos
pelas suas colocações, que libere o seu discurso para eu poder pegá-lo.
(Aparte anti-regimental do Ver. Renato
Guimarães.)
Por favor, Vereador, eu estou falando com
o Ver. Zé Valdir, não estou falando com V. Exa.
(Aparte anti-regimental do Ver. Renato
Guimarães.)
Não estou falando com V. Exa.!
(Aparte anti-regimental do Ver. Renato
Guimarães.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Peço calma para os
Srs. Vereadores. O Ver. Zé Valdir, com aquela calma que o caracteriza...
Retomamos os trabalhos, outra vez, tranqüilos, todos os Vereadores.
O Ver. Zé Valdir está com a palavra.
O
SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, eu não posso brigar, pela
minha estatura física e por não ser esta a minha índole, eu brigo muito com as
palavras.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Até porque a sua
índole é a de não brigar.
O
SR. ZÉ VALDIR: É de não brigar, eu brigo com as
palavras. Mas que quero dizer que o meu discurso está à disposição, nem poderia
ser diferente, porque ele está à disposição de qualquer um na Internet. Não tem problema nenhum.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson
solicitou o seu pronunciamento à Seção de Taquigrafia. Está tudo resolvido,
tudo tranqüilo.
O Ver. Darci Campani está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DARCI CAMPANI: Nobre Ver. João Antonio Dib, Presidente
desta Casa, colegas aqui presentes, tenho a honra de falar em nome da Liderança
do Partido, o que me foi concedido pela Ver.ª Margarete Moraes, tendo em vista
uma avaliação que a gente faz - já é reincidente - em relação a intervenções
que se repetem nesta Casa e que tentam agredir a Prefeitura Municipal. Mas não
agridem a Prefeitura, quem faz essas intervenções esquece que está agredindo o
eleitor da cidade de Porto Alegre, a grande maioria dos eleitores da Cidade
que, pela quarta vez, conduziram a Administração Popular, a Frente Popular a
gerenciar a cidade de Porto Alegre, pelo bom trabalho que tem desempenhado. São
quatro gestões. Quando algum Vereador, quando alguém vem aqui dizer alguma
coisa contra a Administração, chamar a Administração de burra, chamar a
Administração de incompetente, essa pessoa não está chamando a Administração de
incompetente, e sim os milhares de eleitores da Frente Popular, que, por quatro
vezes, a consagraram na administração de Porto Alegre; está chamando os
eleitores de burros e de incompetentes, porque conhecemos todos os Partidos que
estão aqui, nesta Câmara, e sabemos o que é que eles fazem nas Prefeituras
quando as administram. Não existe uma ilha neste Brasil, não existe uma ilha
criada em Porto Alegre, como se o resto do mundo não existisse. Nós sabemos
quem é que acaba com a coleta seletiva quando toma posse nas Prefeituras! Não é
o PT, não é a Frente Popular, são os outros Partidos que vêm aqui, exatamente,
para reclamar da coleta seletiva de Porto Alegre. Quando eles tomam posse,
acabam com ela, porque é muito onerosa, porque prejudica os cofres público,
mas, aqui, dizem: “Não, têm de fazer mais, têm de gastar mais, têm de fazer
mais investimento, têm de ter mais...” Sempre tudo é mais. Então, quando alguém
vem aqui atacar a Administração Popular, não está atacando... Lembrem, Srs.
Vereadores, que vocês não estão atacando a Administração, vocês estão atacando
os milhares de eleitores que esta Frente tem por quatro gestões. Eu acho que é
um desserviço que se faz ao atacar a Administração com acusações, com
indagações, com afirmações erradas, com informações que não cabem ser dadas
aqui, neste plenário. Vamos falar, mas vamos falar sério, dar as informações
que são sérias, realmente.
Questão da 3.ª
Perimetral. Se não veio a esta Casa, é porque esta Casa teve o procedimento
que, também, não deveria ser o de praxe. Feito o questionamento, feitos os
levantamentos, feitos os estudos nesta Casa, esta Casa tem um vínculo com a
Prefeitura Municipal, ela não tem um vínculo com o Ministério Público. Existem
questionamentos? Mandem-nos ao Prefeito; a Prefeitura que responda aos
questionamentos. Se não estiverem satisfeitos, aí sim, no momento de disputa,
no momento em que não estiverem satisfeitos com as informações, em que haja
discordância, a gente manda para o Ministério Público. Mas, qualquer coisa que
se faça nesta Casa, sendo orientada pela oposição, a primeira coisa é: manda
para o Ministério Público. Parece que não tem Prefeitura. É um jogo
tradicional, dos políticos tradicionais, de jogar para a massa, de jogar para
aquilo que é bom, para aquilo que é o discurso fácil. O discurso fácil de que
“Eu faço aqui um estudinho...”, “Ah, não me satisfez naquela árvore que não foi
exatamente para o lugar que eu queria que fosse, mando para o Ministério
Público”. Eu penso que isso é até um desserviço para o próprio Ministério
Público, que já tem serviço demais no sentido de fazer as verificações que têm
de ser feitas, para fazer as investigações em relação aos procedimentos de
inúmeros loteadores que atacam a cidade de Porto Alegre sem o devido
licenciamento, aí tem de ir a Prefeitura atrás. E eu nunca vi aqui atacarem
esses loteadores que estão destruindo zonas da cidade de Porto Alegre.
Em relação à
3.ª Perimetral, temos a maior tranqüilidade na nossa consciência, estamos
atendendo a muito mais, 200% a mais de reposição de árvores do que consta no
EIA-Rima. Então, temos a maior tranqüilidade, todo o trajeto está sendo
acompanhado, todo o trajeto foi discutido com a comunidade, até a preservação
do patrimônio cultural foi garantido, por intermédio da discussão que nós
fazemos com a população da cidade de Porto Alegre.
Nós lamentamos,
realmente, porque vir aqui defender a Reforma Agrária é fácil, mas um Partido
como o PDT - e temos saudade da época em que ele era vice do Lula -, que nunca
veio aqui atacar o latifúndio, vem aqui sempre, todas as vezes, para atacar o
MST... Isso é um posicionamento claro, não é um posicionamento político neutro
de uma Reforma Agrária “tirada do céu”, é um posicionamento político claro que
procura atacar o MST e não se coloca contrário em relação ao latifúndio. Penso
que tem que se posicionar, não dá para vir aqui e só “surfar” nas notícias
daquilo que lhe é agradável. Esse método de política o povo do Brasil já
rejeitou e colocou o nosso companheiro Lula como Presidente, porque não agüenta
mais esse tipo de política. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib):
O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu uso esta Comunicação de Líder para trazer informações ao Ver.
Darci Campani - que se pronunciou em Comunicação de Líder do Partido dos
Trabalhadores -, pessoa com quem já trabalhamos há muito, procurando melhorar o
meio ambiente aqui da cidade de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul.
O Vereador representa, por exemplo, a Câmara de Vereadores no Comitê Gravataí,
e eu, no Comitê Lago Guaíba. Com relação à 3.ª Perimetral, V. Exa. não está bem
informado e digo-lhe por que, tenho obrigação de vir aqui informar. Em primeiro
lugar, nós entregamos aquele relatório a que me referi, relatório elaborado por
dezenas de pessoas - não só da Câmara de Vereadores -, por técnicos, por
pessoas da comunidade, em cima de depoimentos dos próprios Secretários Municipais
da Cidade. Nós fizemos um relatório - está à disposição - eminentemente
técnico, não foi político em nenhum momento, e que buscou mostrar que as
compensações ambientais deveriam ser ampliadas. Não foi uma crítica à 3.ª
Perimetral em nenhum momento, em nenhum momento houve isso, muito antes pelo
contrário, existe o reconhecimento de que nós tínhamos de fazer a 3.ª
Perimetral. É claro que existem maneiras e maneiras de se fazer a 3.ª
Perimetral, mas nem isso nós chegamos a colocar, foi apenas com relação a
alguns itens, até com relação, por exemplo, à passagem de pedestres, ao aumento
do plantio de mudas de árvores, ao aumento de praças, à criação de um parque,
para, justamente, melhorar a obra da 3.ª Perimetral. A resposta do Executivo,
não à Comissão, mas à comunidade, foi de que, para melhorar a obra da 3.ª
Perimetral, os recursos que sobraram, em virtude do dólar, seriam aplicados em
mais viadutos e mais túneis. Mas e o trabalho aqui da Câmara de Vereadores não
interessou? Com relação ao Ministério Público, nós, em nenhum momento, em
nenhum momento mesmo, solicitamos um inquérito civil ou uma ação civil pública
por parte do Ministério Público, ou seja, como se diz no Direito, nós não
representamos ao Ministério Público. Nós simplesmente entregamos o relatório ao
Ministério Público. Só entregamos o relatório, e o Ministério Público entendeu
por bem abrir o inquérito civil. Abriu o inquérito civil porque se convenceu de
que as compensações ambientais, em virtude da lei, em virtude de depoimentos e
apontamentos técnicos, deveriam ser ampliadas. Isso está na abertura do
inquérito civil por parte do Ministério Público. E cabe, sim, ao parlamentar,
seja ele qual for, ao averiguar problemas, ao averiguar ilegalidades e
irregularidades, ao averiguar demandas legítimas da sociedade, lutar por essas
demandas e levá-las adiante. Foi o que nós fizemos. Eu quero aqui insistir, e
não desisti deste assunto, tanto que já visitei o novo Secretário Municipal do
Meio Ambiente, que concordou, Ver. Darci Campani, que as compensações deveriam
ser ampliadas; ele concordou com uma postura diferenciada do Secretário
Municipal do Meio Ambiente anterior, que responde por processo de improbidade
administrativa ambiental, envergonhando o Poder Público deste Estado. Pela
primeira vez, uma autoridade responde por improbidade administrativa ambiental
neste Estado! É o Secretário Municipal do Meio Ambiente anterior, atual
Secretário-Geral do Governo, envergonhando esta Cidade. Que responda isso ao
Poder Judiciário! Mas o novo Secretário admite que as compensações deveriam ser
ampliadas. Ocorre que nós não recebemos resposta alguma, e a sociedade merece,
no mínimo, e esta Câmara de Vereadores – que é um Poder -, ao menos, uma
resposta ao Relatório das Compensações Ambientais da 3.ª Perimetral. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, cada dia que passa nesta Casa eu vou ficando mais abismado com as
posições da Bancada continuísta, seguidores contumazes do Governo Fernando
Henrique. Aliás, é um pouquinho diferente, é um pouco mais recauchutado e mais
neoliberal. Mas quem é o PT para falar em coerência? Esse é o maior estelionato
eleitoral que eu já vi nos últimos tempos.
Mas eu não vou ficar lá em Brasília, eu
não vou ficar no Estado, eu vou ficar aqui na municipalidade. E o nosso Governo
Municipal, em matéria ambiental, Ver. Beto Moesch, não tem autoridade, porque
tem um discurso de defesa do meio ambiente e uma prática criminosa de condenar
o meio ambiente. Eu vou pegar essa questão do lixo hospitalar que, de forma
irresponsável, o DMLU vem colocando, desde 1997, Ver. Dr. Goulart, no aterro de
Santa Tecla. E sabem por quê? Porque teve um Diretor do DMLU que comprou o
incinerador, que pegou o dinheiro dos hospitais e que não comprou o
incinerador, e, agora, vem aqui nesta tribuna falar em coerência! E quem está
dizendo isso não sou eu; o Dr. Arnaldo Dutra, depois do Ministério Público, é
que disse aqui! Nós pegamos dinheiro dos hospitais, não se comprou ou se
comprou mal. Está aí na Tristeza, e V. Exa. sabe muito bem, Presidente. E agora
está aqui, lavando as mãos: “Eu mando uma tonelada do lixo hospitalar; depois
de despejar 20 anos no aterro Santa Tecla, eu mando para Santa Maria. Mas
quanto às 4 toneladas dos hospitais privados, eu lavo as mãos.”
O Poder Público não pode lavar as mãos!
Porque, se eu tenho um terreno e não limpo o terreno, o DMLU vai lá, manda
limpar o meu terreno e manda a conta para casa; está certo. Agora, se os
hospitais privados, que só pensam em ganhar... O DMLU tem que achar uma maneira
de tratar o lixo hospitalar e cobrar a conta de quem? Dos hospitais, Ver. Dr.
Goulart!
Então, por favor, Ver. Beto Moesch.
Então, quando vem aqui falar em coerência, quando o meu querido amigo Zé Valdir
vem aqui jogar pedra no Governo Rigotto... O Governador Rigotto tinha que ser
arqueólogo, porque este Estado ficou em ruínas depois que o PT passou! Mas ele
é odontólogo, advogado, está fazendo um esforço monumental para poder pagar 840
milhões não empenhados, porque eu fui lá ver! Gasolina é o que mais tem! Eu
pensei: “Mas essa gasolina foi gasta onde? Na festa final do Governo?” Não tem 100
de gasolina! Está lá em seu Governo, do Sr. Olívio Dutra, Ministro das Cidades,
que não fez uma regularização fundiária neste Município e que, agora, convoca
uma conferência para discutir, discutir, discutir. Eu quero saber quando é que
vai ter um centavo para a regularização fundiária, Ver. Dr. Goulart, porque,
até agora, eu só ouvi blablablá. Eu só ouvi blablablá! Ver. Zé Valdir, V. Exa.
fala do jornal Zero Hora, mas V. Exa. não pode fazer uma injustiça! O seu
Governo “navega” muito bem com o jornal Zero Hora! Não sabe que só faz
injustiça, Ver. Zé Valdir! Só faz injustiça; o senhor tem uma parceria
sintonizada; é terreno para cá, terreno para lá. Então, não há problema, não
faça injustiça. Agora, eu queria dizer que nós queremos fazer esse debate, eu quero
que o DMLU cumpra o seu papel de Poder Público, que enquadre os hospitais de
Porto Alegre, cobre a conta deles; se há compensações para fazer, que faça.
Comprou incinerador e não devolveu, isso é uma questão que tem de resolver.
Agora não venha lavar as mãos e dizer que defende o meio ambiente. Cometeram,
condenaram lá na Estrada da Extrema todo o solo daquela região, fazendo o
aterro da Extrema, inapropriado e, agora, foram lá para a Santa Tecla. Há cinco
anos, a direção do DMLU sabia que tinha que encontrar outros locais e não fez.
E não fez! Então, portanto, queremos continuar esse debate, não há problema,
Vereador, vamos vir aqui, discutir, coloque a sua tese. Os senhores têm que dar
muita explicação, porque os senhores estão com esquizofrenia, diziam uma coisa
e estão fazendo outra, estão aliados com o Fundo Nacional Monetário, estão
aliados com Bush e com toda essa gente e, portanto, os senhores têm que
explicar. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. João Antonio Dib, demais
Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem, lideranças do movimento negro
que têm acompanhado os trabalhos para saber do debate da discussão da questão
das cotas, em primeiro lugar, nós queremos dizer que nos atrasamos um pouco no
início da Sessão, pois estávamos acompanhando a assinatura, no início da tarde,
do início das obras da segunda etapa da recuperação, Ver. Dr. Goulart, do nosso
cinema Capitólio, prédio histórico desta Cidade, patrimônio desta Cidade, que a
Prefeitura já adquiriu há algum tempo. Já houve a recuperação do telhado na
primeira etapa e, no dia de hoje, foi assinado, ali na praça em frente, a
recuperação de toda a instalação elétrica desse prédio histórico. As questões
estruturais, o problema de impermeabilização e drenagem serão, posteriormente,
as demais obras para as quais estão sendo buscados recursos para viabilizar e
transformar aquele prédio num grande centro cultural da Cidade, revitalizando o
Centro e aquela porção da Cidade. Lá estava o Prefeito, Secretários; eu estava
lá, único Vereador, mas por certo representando em espírito todos os Vereadores
desta Casa.
Em segundo lugar, queríamos dar uma notícia
que me parece importante para aqueles que se preocupam com as reparações
históricas deste País. Anteontem, no dia 12 de agosto, a Câmara de Deputados,
por meio da sua Comissão de Constituição e Justiça, em redação final, aprovou
anistia post mortem de João Cândido,
o Almirante Negro, e de todos os marinheiros que, em 22 de novembro de 1910, se
rebelaram contra a Lei da Chibata, contra o chibateamento de marinheiros.
(Palmas.) Conduziram a frota com grande maestria - daí o nome Almirante Negro -
e conquistaram, Ver. Wilton Araújo, que também tem uma luta nesse terreno, a
anistia e, em 1910, conquistaram a abolição da Lei da Chibata. Mas,
infelizmente, as classes dominantes reacionárias deste País negaram a própria
palavra e encarceraram os marinheiros, mataram diversos, degredaram outros e,
só agora, 93 anos depois, estão reconhecendo a anistia com que já haviam se
comprometido para acabar com a revolta. É a conquista da comunidade negra, da
luta do Movimento Negro. E nós aqui nos sentimos muito alegres, porque esta
cidade de Porto Alegre foi a primeira cidade a colocar um monumento, que nós
tivemos a alegria de inaugurar, há dois anos, lá no Parque Marinha. Foi um
Projeto do então Ver. Lauro Hagemann, e nós tivemos a alegria de fazer a coisa
se realizar. Então, agora, está sendo reconhecido o direito desses marinheiros.
Ainda falta, é bom dizer, o reconhecimento da anistia para os marinheiros que,
em 1964, foram perseguidos pelo regime, por terem lá, no início de 1964,
rebelado-se em defesa da democracia. Nós chegaremos lá também; está na
Constituição de 1988, mas, até hoje, os marinheiros brasileiros, que foram
perseguidos em 1964, não conquistaram os seus direitos, sob alegação de que não
eram perseguições políticas, mas questões disciplinares.
Por fim, eu queria, rapidamente, comentar
que está reunido, em Brasília, o Supremo Tribunal Federal decidindo sobre a
desapropriação das terras de São Gabriel, aquele latifúndio com quase 14 mil
hectares, endividado, improdutivo; o nosso Governo Lula está tentando fazer
Reforma Agrária pela lei, porque é esse o objetivo de todos neste País.
Infelizmente, os latifundiários impediram, na marra, a vistoria; depois, quando
foi conquistada a vistoria na Justiça, não acompanharam para alegar na Justiça
a ilegalidade do ato que havia sido autorizado.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, seu tempo
está esgotado.
O
SR. RAUL CARRION: Portanto, o Movimento dos Trabalhadores
Sem Terra está conseguindo o seu objetivo com a marcha, que é o objetivo de
fazer julgar, para que se diga a este País se quer Reforma Agrária pela lei, ou
se os latifundiários reacionários vão impedir pela lei...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, seu tempo
está esgotado. Por favor!
O
SR. RAUL CARRION: E querem obrigar a que seja feito pela
luta. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com
aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. 0367/02 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 044/02, de autoria do Ver. Dr.
Goulart, que concede o Prêmio Não às
Drogas a Luiz Matias Flach.
PROC. 2821/02 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 175/02, de autoria do
Ver. Nereu D’Avila, que declara de utilidade pública as unidades do Lions Club,
do Rotary Club, dos Companheiros das Américas, do Clube Soroptimista e da
Câmara Júnior. Com Emenda n.º 01.
PROC. 2623/03 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 011/03, de
autoria do Ver. Wilton Araújo, que altera a redação do inciso I e inclui alínea
“d” no § 1.º do art. 70 da Lei Complementar n.º 07, de 07 de dezembro de 1973,
e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência
do Município. Com Emenda n.º 01.
PROC. 3626/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 032/03, que autoriza a
abertura de créditos suplementares no DMAE no valor de R$ 13.125.966,08 e dá
outras providências.
PROC. 3218/03 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 060/03, de autoria da Mesa
Diretora, que altera a Resolução n.º 1.535, de 19 de abril de 2001, que
institui a Medalha Prefeito de Porto Alegre para homenagear os Chefes do Poder
Executivo do Município e dá outras providências.
PROC. 3520/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 031/03, que revoga a
declaração de utilidade pública da Associação dos Pais Municipários, estatuída
pela Lei n.º 6.777/91.
PROC. 3639/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 033/03, que declara de
utilidade pública a Associação Hospitalar Vila Nova.
2.ª
SESSÃO
PROC. 3738/02 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 239/02, de autoria do
Ver. Raul Carrion, que autoriza o Executivo Municipal a erigir monumento no
Parque Farroupilha em homenagem aos Lanceiros Negros e dá o mesmo nome ao
espaço circunscrito àquele. Com
Substitutivo n.º 01.
PROC. 3842/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 035/03, que acrescenta
parágrafo único ao artigo 21 da Lei 7.595, de 17 de janeiro de 1995, que dispõe
sobre o processo eleitoral para escolha dos Conselheiros Tutelares de Porto
Alegre.
PROC. 3026/03 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 058/03, de autoria do Ver.
Darci Campani, que concede o prêmio de teatro Qorpo Santo à Tribo de Atuadores
“Ói Nóis Aqui Traveiz”.
PROC. 3067/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 154/03, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que autoriza o Executivo Municipal a construir, na
Esplanada Hely Lopes Meireles, monumento em homenagem ao taxista morto em
assalto.
PROC. 3076/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 155/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que obriga os cemitérios de Porto Alegre a colocarem à
disposição dos visitantes um médico clínico-geral e um ambulatório médico para
a prestação de primeiros socorros.
PROC. 3078/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 156/03, de autoria do
Ver. Nereu D’Avila, que institui o Dia Municipal da Adoção no Município de
Porto Alegre.
PROC. 3114/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 158/03, de autoria da
Ver.ª Margarete Moraes, que altera o art. 2.º da Lei n.º 6.389, de 21 de abril
de 1989, que autoriza o Executivo Municipal a instituir a eleição direta para o
cargo de Diretor do Atelier Livre da Prefeitura e dá outras providências.
PROC. 3162/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 161/03, de autoria da
Ver.ª Margarete Moraes, que denomina Rua Dr. Juliano Moreira um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Jardim Botânico.
PROC. 3186/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 026/03, que revoga a
declaração de utilidade pública da Associação dos Professores de Ensino
Comercial do RGS - APEC, estatuída pela Lei n.º 3.794, de 04 de outubro de
1973.
PROC. 3187/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 027/03, que revoga a
declaração de utilidade pública da Sociedade Educacional Ruy Barbosa, estatuída
pela Lei n.º 3.156, de 09 de julho de 1968.
PROC. 2612/03 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 053/03, de autoria do Ver.
Cláudio Sebenelo, que altera o art. 2.º da Resolução n.º 1.510, de 6 de novembro
de 2000, que institui o Prêmio Mário Rigatto.
PROC. 2651/03 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 012/03, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que regulamenta a utilização de publicidade
e de propaganda do Executivo e do Legislativo do Município, de acordo com o
art. 125 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Com Emendas n.os 01 e 02.
PROC. 2697/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 129/03, de autoria do
Ver. Wilton Araújo, que acrescenta parágrafo único ao art. 3.º do texto em vigor
da Lei n.º 5.548, de 28 de dezembro de 1984 (acréscimo de 25 passagens
escolares unificadas para o estudante que comprovar a prática do escotismo).
PROC.
2721/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 132/03, de autoria do Ver. Elias Vidal, que dispõe sobre a criação do
Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (COMUSAN). Com Substitutivo n.º 01.
PROC. 2890/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 143/03, de autoria do
Ver. Pedro Américo Leal, que estabelece a isenção do pagamento da tarifa do
sistema de estacionamento rotativo pago (área azul) em vias e logradouros
públicos do Município de Porto Alegre, aos sábados.
PROC. 3131/01 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 066/01, de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Senhor Antonio Johann.
PROC. 3134/03 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 006/03,
que dispõe sobre a reserva de vagas para afrodescendentes em concursos públicos
para provimento de cargos efetivos, e dá outras providências.
PROC. 3174/03 - PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO N.º 025/03, que define critérios
para o serviço de transporte por lotação e seletivo, suas tarifas e inserção no
sistema de transporte público da cidade de Porto Alegre.
PROC. 3207/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 165/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Eduardo Antonio dos Santos um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.
PROC. 3208/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 166/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Antonio Bastos um logradouro público
cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.
PROC. 3210/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 168/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Pastor Egon Miguel Koch um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
3.ª
SESSÃO
PROC. 1427/00 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 089/00, de autoria do
Ver. Zé Valdir, que denomina Rua Maria Thereza Fogassi da Silva um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Campo Novo.
PROC. 1428/00 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 090/00, de autoria do
Ver. Zé Valdir, que denomina Rua Antonio José da Silva um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Campo Novo.
PROC. 2905/03 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 056/03, de autoria do Ver.
Aldacir Oliboni, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao Senhor Eduardo Beck Paglioli.
PROC. 2928/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 147/03, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que institui a Semana de Educação e Conscientização Sobre
os Riscos do Alcoolismo no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. 2981/03 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 057/03, de autoria do Ver.
Isaac Ainhorn, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha ao Professor
Pinheiro Eizerik.
PROC. 2197/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 100/03, de autoria do
Ver. Juarez Pinheiro, que altera a denominação da Travessa Celso Afonso Soares
Pereira para Travessa Hélio Dias.
PROC. 2723/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 134/03, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que autoriza o Executivo Municipal a exigir das empresas
contratadas para realizar a construção de equipamentos ou similares do
Município o aproveitamento de, no mínimo, 51% da mão-de-obra local.
PROC. 2876/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 142/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Araticum um logradouro não-cadastrado,
localizado no Bairro Restinga.
PROC. 2891/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 144/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Grápia um logradouro não-cadastrado,
localizado no Bairro Restinga.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato
Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. RENATO GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu queria aproveitar a Pauta
para propor, na realidade, mais do que uma reflexão sobre o tema, porque já
fizemos isso na Sessão passada, mas que pensássemos um método para tratarmos da
questão do Projeto das cotas. Gostaríamos de um ritmo de votação mais
acelerado, um pedido de urgência, para que possamos possibilitar, a partir do
que entendemos na discussão que fizemos com várias Bancadas, pela posição da
maioria das Bancadas a favor dele, que a votação deste Projeto ainda se dê
dentro do mês de agosto, para que o Poder Executivo possa incluir, já nos
próximos concursos que estão sendo preparados, o quesito dos 10% de vagas para
os afro-descendentes.
É interessante, hoje, podermos
convencionar esta questão, porque, na segunda-feira, esta matéria cumprirá a
sua última Sessão de Pauta e, a partir daí, poderemos preparar o ritual de
votação da matéria.
Como já dissemos antes, temos dados dos
próprios concursos públicos realizados pela Câmara que mostram que a
oportunidade construída na história, tanto pelo processo educacional como pela
própria estrutura das instituições, dada aos brancos e aos negros é diferente.
Portanto, este Projeto de garantir na lei 10% de cotas para afro-descendentes
é, na realidade, um modo de construir mais uma oportunidade, abrir a
possibilidade de acesso.
Estávamos discutindo, e o debate aqui
está provocando isto: telefonemas, e-mails,
revelando que a nossa sociedade é preconceituosa, e é bom que a gente assuma
isso. Há preconceito, sim! E quando se trata a matéria de forma escondida, não
se trata desse preconceito. Por muitos anos, enquanto instituição, enquanto
Governo, afirma-se que vivemos em uma sociedade com uma democracia racial, e
isso não é verdade. Um tema como este, quando aparece, provoca, instiga
pessoas, faz com que se posicionem. Eu venho recebendo no meu gabinete um
conjunto de e-mails que mostram o
preconceito por trás da falta de informação. Eu acho que o processo de debate
da Casa tem de mostrar isso. Nós não estamos burlando, aqui, qualquer processo
de seleção, dizendo que negros ou brancos irão passar em concurso sem ter nota,
não! Nós estamos dizendo que para aqueles afro-descendentes que tiverem nota,
que ficarem classificados no concurso, será colocado a eles um direito, que é o
direito das cotas.
Então - já tive que responder isso em
alguns programas - como é que é? É um privilégio? Não, não é um privilégio. Não
estamos tratando de um privilégio, estamos tratando de uma oportunidade de
direito. Uma outra coisa que tem de se deixar bem clara aqui: não estamos
compensando nada! Estamos indenizando, estamos falando de direitos que foram
tirados na história dos afro-descendentes e que hoje a sociedade brasileira tem
de recolocar esses direitos; portanto, é indenização, sim! É política
afirmativa, sim.
Portanto, coloco essas questões que são
de ordem informativa, mas também coloco para que possamos, ainda dentro do mês
de agosto, fazer um esforço das Bancadas para resolver o assunto e voltar à
matéria, para possibilitarmos que, no próximo concurso público, que a
Prefeitura está preparando, já haja esse dispositivo. Este é um tema que queria
destacar da nossa Pauta.
Outro tema que volto a colocar está
ligado à questão do processo de debate que abrimos ontem sobre a questão dos
Conselhos Tutelares, que também teve polêmica. Discutimos tanto a matéria e
agora o Governo, a Bancada e outros Partidos que concordam trazem a
possibilidade de uma mudança de período eleitoral. O que dissemos aqui ontem e
o que estamos dizendo nas reuniões comunitárias que freqüentamos? Há
necessidade de fazer uma profunda reflexão sobre o papel dos Conselhos
Tutelares. Ninguém nega isso! Os conselheiros, os promotores, os juizes, os
operadores, os órgãos da Prefeitura que lidam com os Conselhos Tutelares,
ninguém nega isso. A Lei foi feita há 13 anos e precisa ser colocada nos dias
de hoje, precisamos analisar como está o Conselho Tutelar nos dias de hoje.
O que estamos dizendo é que para
operacionalizar, para colocar o processo eleitoral em funcionamento para o ano
que vem é necessário mudar o calendário. Estamos propondo a mudança de setembro
para maio, para não haver confusão entre o processo de disputa de Vereadores
com o processo de disputa de conselheiros. Mas as questões que tratam do
mérito, da identidade do Conselho Tutelar, do papel do conselheiro, de como
está a rede de proteção hoje, de como os direitos das crianças e adolescentes,
a partir do Estatuto, estão sendo operados - esse debate nós queremos e vamos
continuar fazendo, vamos criar ferramentas para resolver. A questão toda,
coloco novamente, é que precisamos arrumar a legislação no que tange à questão
do calendário eleitoral, senão teremos um problema operacional para fazer a
eleição dos Conselhos Tutelares. Por isso, encaminhamos a matéria daquela
maneira e também achamos que, se resolvermos a matéria mais rápido, vamos dar
possibilidade para o Conselho Municipal de Direitos e para o próprio Executivo
começarem o calendário de preparação da eleição. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o
Vereador que nos antecedeu na tribuna, entre alguns assuntos que enfocou, todos
de forma pertinente, já que constantes da relação dos processos que se
encontram em discussão preliminar, entendeu de dedicar a parte final de seu
pronunciamento ao Projeto de Lei do Executivo que acrescenta parágrafo ao art.
21 da Lei n.º 7.595, de 17 de janeiro de 1995, que dispõe sobre o processo
eleitoral para escolha dos Conselheiros Tutelares de Porto Alegre. Como o
Projeto é curtinho, me permitirei ler na integra, já que ele se resume a um
artigo. O art. 1º diz que é acrescido ao art. 21 da Lei n.º 7.595, de 17 de
janeiro de 1995, o seguinte parágrafo único: (Lê.) “Parágrafo único: quando o
triênio de mandato dos Conselheiros Tutelares encerrar-se em anos de eleições
gerais, a votação para indicação dos novos Conselheiros Tutelares será
realizada em domingo do mês de maio”. É o artigo acrescentado, artigo simples, mas
que tem uma profundidade muito grande, já que sabidamente, sendo os mandatos
dos Conselheiros Tutelares de três anos, necessariamente, de seis em seis anos,
haverá uma coincidência com as eleições gerais, quer seja, de caráter municipal
ou de caráter nacional. No entendimento amplamente expedido pelo Prefeito João
Verle, criaria um transtorno realizarmos a sucessão dos Conselhos Tutelares na
data prevista na Lei, em setembro, de três em três anos. Obviamente passaria a
vigorar, a partir da aprovação deste Projeto de Lei, uma situação em que nós
não teríamos uma data fixa para as eleições dos Conselhos Tutelares, em uma
oportunidade seria em setembro e, em outra, em maio. Honestamente, não sei se é
a melhor solução. O desenho feito da situação, no meu entendimento, justifica
as preocupações do Chefe do Executivo Municipal, só não sei se a solução eleita
é a melhor das soluções. Nós estamos tendo hoje o segundo dia de tramitação de
Pauta deste Projeto, e há alguns comentários de que as pessoas pretendem pedir
urgência na sua análise, não me parece o caso concreto, já que os efeitos desta
matéria serão produzidos no ano que vem. Nada determina que nós tenhamos tanta
urgência em decidir uma proposta, cujos efeitos só ocorrerão no ano vindouro e
posteriores.
Coincidir, numa mesma lei, duas datas
para a realização desses pleitos, eu tenho dúvidas se seria a melhor solução,
não sei se não seria o caso de se encontrar uma data, que poderia ser uma das
já existentes ou proposta uma terceira, que sempre, ao invés de alterar de três
em três anos, marcasse uma data possível da realização desse pleito sem as
inconveniências apontadas da coincidência da renovação dos mandatos eletivos
que ocorre nas eleições gerais. O Prefeito, já antecipando este debate, expõe,
em determinado momento da sua bem arrazoada Exposição de Motivos, o seguinte:
“Houvesse a opção pela realização da eleição dos Conselhos Tutelares, após o
pleito geral, restaria apenas dois meses do ano de 2004, para que se desse o
evento sobre a organização da atual Administração, no entanto, esse curto
espaço de tempo não é suficiente para superar os problemas descritos”, e aí ele
alonga mais o debate que eu iria contrapor, dizendo que os riscos são maiores,
se nós elegermos alguém em maio e submetermos eventualmente algum candidato à
reeleição que não o tenha obtido, a ficar dez meses numa condição de
legitimidade prejudicada. Então, este é um assunto que nós voltaremos a tratar
com o respeito que ele merece, com a objetividade que comporta, mas fica um
apelo no sentido de que não devemos açodar em demasia a deliberação desta
proposta, já que nós temos tempo suficiente para, sem atropelos, tomarmos uma
boa decisão.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está
com a palavra para discutir a Pauta.
O outro Projeto é o
que antecipa de setembro para maio as eleições dos Conselhos Tutelares em nossa
Cidade. De uma certa forma, vou retomar a explanação que o Ver. Reginaldo Pujol
havia feito aqui, até para enfatizar, porque eu acho que é fundamental este
Projeto, que é simples, que só faz isso, que ele possa ser, o quanto antes,
aprovado nesta Casa. É claro que o tema dos Conselhos Tutelares, como já falou
o Ver. Renato Guimarães, é um tema que suscita uma avaliação, um debate
importante, com mais tempo, e eu diria até com um debate permanente nesta Casa,
porque avaliar esse tempo de funcionamento dos Conselhos Tutelares significa
não apenas avaliar o resultado da implantação do trabalho dos Conselhos, mas
avaliar a própria implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente, fazer
uma avaliação das políticas, das redes de funcionamento, porque são instâncias
fundamentais para o trabalho dos Conselhos Tutelares.
De qualquer maneira, o Executivo, quando
apresenta este Projeto de antecipação, ele o faz baseado, principalmente, na
percepção de que é necessário fazer não mais coincidir ou ficarem muito
próximas as eleições dos Conselhos Tutelares com as eleições para o Legislativo
e para as eleições parlamentares na nossa Cidade. O Executivo apresenta vários
argumentos que estão na justificativa do Projeto. Um deles, além do argumento
político que nós poderíamos levantar em não misturarmos as duas discussões, os
dois debates: o debate para a eleição de Vereadores e também o debate para a
eleição de Conselheiros Tutelares, que já seria um tema importante para ser
debatido. Além disso, há as questões de ordem administrativa e de ordem
técnica, como, por exemplo, o que está colocado na justificativa do Projeto,
sobre a dificuldade que se tem com a questão das urnas eletrônicas que são
cedidas pelo TRE numa eleição muito próxima uma da outra. Outra questão é a
dificuldade com relação às instituições de apoio que têm que participar de uma
e de outra eleição, como a própria Brigada Militar, o Ministério Público e
assim por diante.
Portanto, é um Projeto muito simples que
vem para esta Casa; de um lado, ele não impede um debate, uma avaliação sobre
os Conselhos Tutelares, que deve ser feita com mais calma, com mais tempo e,
por outro lado, ele atende a uma necessidade de, em não coincidindo mais as
eleições, poder qualificar o processo de escolha dos Conselheiros Tutelares.
Por isso, nós também achamos que é fundamental que esta Casa, o quanto antes,
aprove este Projeto. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Margarete
Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, embora eu tenha, hoje, da minha autoria,
dois Projetos para discussão em Pauta, eu gostaria de me referir a um Projeto
do Executivo, Projeto de Lei Complementar n.º 006/03 que dispõe sobre a reserva
de vagas para afro-descendentes em concursos públicos. Eu queria resgatar a
idéia, a noção do racismo que surgiu pela primeira vez no final do século XV,
exatamente na Inquisição Espanhola, quando os católicos constataram que os
cristãos novos, recém-convertidos à força, ainda praticavam os rituais da sua
religião. Isso foi considerado pelos católicos, em plena Inquisição, como uma
“perversão do sangue”. E quando os europeus conheceram, por primeira vez, os
negros e os índios, eles agravaram essa idéia, essa noção, e, a partir de
então, isso passou a ser uma justificativa para a escravidão no mundo todo.
Infelizmente, Sr. Presidente, o
preconceito racista, e hoje classista também, é uma herança ideológica que
existe no Brasil de hoje, porque se trata do domínio ou da pretensão de um
domínio de um grupo sobre outro grupo, mantendo perversos privilégios e também
perversas discriminações.
O nosso mestre, o antropólogo Darcy
Ribeiro, dizia que o racismo é a pior e mais brutal herança do nosso período
colonial. E nós podemos concluir que é uma das práticas mais invasivas e
cruéis, que envergonham a história da humanidade. Esse é um fato, não é uma
interpretação, porque, como muito bem falou o companheiro Zé Valdir no outro
ponto de Pauta, há barreiras invisíveis que devem ser desvendadas no dia-a-dia
e que são responsáveis, verdadeiramente, pela inaceitável condição de
desigualdade entre as pessoas, porque o racismo é baseado apenas, pasmem, na
cor da pele das pessoas. Isso fere de maneira psicológica, fere a auto-estima,
fere a dignidade e traz conseqüências práticas na escolarização e também no
mercado de trabalho.
Compreendendo essa triste situação, já em
1968, e em 1993, em Teerã e também na cidade de Viena, na Conferência Mundial
dos Direitos Humanos, houve algumas recomendações aos governos e à sociedade
civil para que houvesse uma proteção diferenciada, uma proteção
particularizada, medidas reparatórias, por meio de instrumentos legais, que
fossem capazes de se contrapor à história dessa infâmia que é a discriminação
racial.
Eu quero dizer que, apesar da preciosa
contribuição ao enriquecimento cultural do Brasil, infelizmente, hoje, no que
diz respeito ao trabalho, os afro-descendentes ainda são minoria e, quando
conseguem trabalho, eles assumem posições subalternas. Isso, senhoras e
senhores, não é coincidência, não faz parte da vontade dos deuses ou da
fatalidade do destino; isso é uma postura construída, às vezes de maneira
grotesca, às vezes de maneira sutil, mas que está intimamente ligada ao nosso
passado escravista e colonial.
Por isso, neste momento, eu quero
defender, com muito orgulho, o Projeto do Governo, que acredita que é dever do
Poder Público tratar de maneira diferente os diferentes, com ações combinadas,
ações afirmativas e medidas inibidoras.
Eu poderia citar aqui Nelson Mandela,
Martin Luther King, o Senador Paim, mas eu prefiro ficar com uma frase do
Gélson Oliveira, quando ele diz: “Nunca quis viver só por viver”. Ou com uma
frase do ator Milton Gonçalves, quando ele diz: “A paciência acabou!”.
Eu defendo este Projeto e peço o apoio
dos meus pares. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, este assunto das cotas é um assunto que, realmente, tem sido
debatido mundialmente. Há questão de um mês, eu estive em Belo Horizonte
participando de um seminário que discutia a problemática do negro dentro da
sociedade, de uma sociedade em que o negro, diferentemente do que acontece aqui
no Rio Grande do Sul, forma, não a maioria, mas quase que divide, praticamente,
a base étnica daquela sociedade, em Minas Gerais. Quando chegamos à Bahia,
vemos que lá é a maioria. Aqui no Rio Grande do Sul não é assim. Mas é claro que
o negro, em qualquer uma das regiões é, realmente, um ser extremamente
discriminado, esse é um fato histórico. Eu só tenho algumas dúvidas com relação
ao programa das cotas. Ver.ª Margarete Moraes, eu não acredito que as cotas
venham resolver o problema da discriminação. Eu acredito que, por exemplo,
dentro das universidades, quando se utilizam as cotas para permitir que o
estudante negro chegue aos bancos universitários, está-se agravando o problema,
em vez de minimizá-lo. Imaginem um estudante negro sentado em um banco
universitário. Não vai interessar se ele tem competência ou não; o comentário
que vão fazer sobre aquele estudante negro é que ele está lá porque foi
favorecido por cotas, ou seja, o problema da discriminação vai ser fortalecido
dentro das faculdades.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal
está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. João Dib; Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, como também os telespectadores que, em suas
residências, estão nos assistindo pelo canal 16, TVCâmara, na realidade, eu
gostaria de falar sobre um Projeto de minha autoria que está retornando para a
discussão de Pauta, mas não me posso furtar de falar sobre o tema do Projeto de
Lei do Ver. Raul Carrion, sobre as cotas para as pessoas afro-descendentes em
concursos públicos e assim por diante.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, o
Projeto é do Executivo.
O
SR. ELIAS VIDAL: Perdão. Mas, eu sei que o Vereador é um
grande defensor dessa forma de encarar essa situação bastante discutida e
polêmica em muitos lugares.
Quero explicar porque eu,
particularmente, sou contra a quota de afro-descendentes para concursos e, por
intermédio deste Projeto, assegurar vagas para pessoas – alguns dizem que não
se deve chamar “negro”, mas sim “preto”; outros dizem que é a “raça negra”.
Fica aí uma discussão sobre qual a forma correta de falar.
Eu quero dizer que a Constituição
Federativa de 1988, que o Ver. Luiz Braz mencionou, mas que não o fez na íntegra
- eu a lerei na íntegra -, diz no Capítulo I, dos direitos e deveres
individuais e coletivos, do Título II, dos direitos e garantias fundamentais:
(Lê.) “Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros, aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à
propriedade”. No termo seguinte, item I, diz: “Homens e mulheres são iguais em
direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.
Com base no que está escrito aqui, eu
quero dizer que sou contra. Eu sou um Vereador - comecei este ano o meu
trabalho como Vereador -, e o meu Chefe de Gabinete, o professor Jorge,
professor de Inglês, que está lá nas galerias, V. Exas. podem ver, não é alemão,
não é loiro e não é um castanho, ele é um negro, é da raça negra, e eu me
orgulho! É o meu Chefe de Gabinete! É o homem que, depois deste Vereador, mais
tem poder lá dentro! E eu tenho, juntamente com V. Exas., participado em muitos
eventos com 400, 500, 800, mil pessoas e eu olho para todos os lados e só tem o
meu Chefe de Gabinete da raça negra! Por que não tem pelo menos uns dez, uns
15, uns 20 ou 50 entre 400, 500, 600 pessoas?
Assim, eu quero dizer que acho que tem
muito “papo furado”, tem muita “garganta”, tem muito proselitismo, muita
propaganda eleitoreira em cima disso! Eu não coloquei o meu Chefe de Gabinete
da raça negra por “coitadinho”: ele está lá porque tem capacidade!
Agora, vamos refletir,
fazer o tema de casa. Eu não quero constranger ninguém, mas quantos de V. Exas.
têm um representante negro? V. Exas. não têm quota obrigando e cobrando, mas
por que não dão uma vaga por livre e espontânea vontade a uma pessoa da raça
negra em seus gabinetes? Talvez até um ou outro tenha, mas eu quero saber quem
tem um Chefe de Gabinete. Sim, um Chefe de Gabinete, porque para servir
cafezinho, varrer e limpar chão, não! Eu quero ver uma pessoa com a qual vocês
não tenham preconceito de ir onde quer que seja, como eu vou com o meu Chefe de
Gabinete na imprensa e em todos os lugares. Não há problema, porque ele tem
capacidade.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, seu tempo
está esgotado. (Pausa.) O Ver. Cassiá Carpes cede seu tempo, V. Exa. está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELIAS VIDAL: Agradeço ao Ver. Cassiá Carpes, meu
Líder, pelo tempo que me cede para que eu possa continuar minha exposição.
Então, senhores, eu quero continuar
dizendo o seguinte: se nós fizermos nosso tema de casa e cada um colocar um
representante da raça negra... Agora, falar que, lá não sei em que país, o
Mandela, o Fulano de tal, acho que é muita “garganta”. Acho que o que nós
precisamos é fazer a coisa. Papel, teoria, história, disso está cheio por aí.
Eu quero ver na prática, na prática!
Comecei meu mandato aqui
com um Chefe de Gabinete da raça negra e orgulho-me muito disso! Chego nos
lugares, onde há 300, 400, 500 pessoas, e ele é o único! Muitos dos meus
colegas e tantos outros por aí afora da política, Deputados Federais ou
Estaduais com suas comitivas, não têm um homem representando os negros! Então
fica muito fácil fazer projeto de lei, fica muito fácil fazer proselitismo!
Para quem olha a telinha, até parece: “Olha, essa pessoa está preocupada com a
nossa raça”, mas vamos no bê-á-bá, vamos no seu gabinete, vamos ver quem está
lá dentro, se não é um loirinho, de olhos azuis, nada contra, mas vamos botar a
mão na consciência! De “papo furado” o mundo está cheio, por isso que está
virado de pernas para o ar. Vamos na prática, vamos fazer a coisa funcionar.
Tenho dito.
Continuo em um outro tema, porque sobre
isso eu poderia falar por muito tempo, e eu quando falo muito me inflamo,
porque essas coisas me deixam indignado!
Um outro aspecto, nos poucos minutos que
tenho, que quero colocar é sobre a LDO. Não vou esgotar esse assunto, porque
vou voltar de novo e falar sobre a questão da LDO. Há um homem, um Vereador
aqui entre nós, que é um goiano, que é o nobre Ver. Sebastião Melo, que é mais
gaúcho, penso, do que todos nós aqui juntos. Eu penso que sim.
(Aparte anti-regimental do Ver. Dr.
Goulart.)
(Aparte anti-regimental do Ver. Haroldo
de Souza.)
Então, quando V. Exas. vierem à tribuna,
expliquem-se que são mais gaúcho do que ele. O que eu quero dizer é o seguinte:
eu estava na minha casa assistindo televisão, o Canal 16, e vi o nobre Ver.
Sebastião Melo falar com relação à LDO, foi o único que eu vi aqui dentro
debatendo, querendo discutir emenda por emenda. Eu não entendo muitas coisas, a
minha cabeça se confunde, quando eu vejo tanto tempo gasto com denominação de
ruas, praças, com concessão de títulos e prêmios, mas, quando temos que
discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que tem a ver com a vida do povo,
que tem a ver com a saúde, que tem a ver com a educação, que tem a ver com a
segurança, não há tempo, e vota-se tudo no bolo. Não se discutem as Emendas, só
vem rejeição; foi aprovado; negociamos isso, negociamos aquilo; o que não
presta agora, daqui a um pouquinho se negocia, e presta. Onde já se viu isso?
Eu não concordo com isso, não entendo, não aceito. Aí vem um outro Vereador
aqui e diz o seguinte: “Não, mas é assim mesmo, no mundo é assim, gasta-se
tempo para trabalhar, para discutir ruas, placas, títulos...” Mas por que se
faz isso no Parlamento? É que o mundo está virado de pernas para o ar! Não se
tem tempo para discutir aquilo que tem a ver com saúde, com segurança; não tem
tempo para isso, porque temos greves. Não existe responsabilidade! O único que
eu vi aqui querendo e que brigou para que se discutisse emenda por emenda foi o
Ver. Sebastião Melo. Por que não se discutiu Emenda por Emenda? Nas Emendas do
Ver. Elias Vidal passaram a navalha. Eu não tive nem explicação por que
passaram a navalha. Não querem apoiar um Projeto de Lei que cerque a Redenção.
Aí você entra com uma emenda para trabalhar com os dependentes químicos, porque
as mães querem trabalhar e recuperar os seus filhos e não tem onde recorrer. E
você entra com uma emenda e passam a navalha dizendo que é inconstitucional.
Inconstitucional é o que ainda está acontecendo em Porto Alegre. Não existe
saúde, não existe segurança, é uma Capital em que existe violência. E o
Vereador que quer discutir segurança, educação, emenda por emenda... Onde já se
viu? Onde nós estamos? Querem discutir “de bolo”, 30, 50 Emendas. Por que não
se passam três meses discutindo as Emendas aqui? Por que não se passam dois
meses? Por que se gasta tanto tempo com coisas que, na realidade, não fazem
diferença para o contribuinte lá fora? Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib):
O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, primeiramente, como foi tocado no assunto da LDO, e este Vereador
foi Relator, eu tenho que dar algumas explicações. Acho importante. Ver. Elias
Vidal, já colocamos para V. Exa. por que as suas Emendas foram rejeitadas.
Foram rejeitadas primeiramente porque existe dentro do processo legislativo
algo chamado Plano Plurianual. O Plano Plurianual prevê tudo que tem de estar
vinculado à legislatura, ou seja, tudo aquilo que ocorrer entre 2000 e 2005
deveria estar previamente previsto. Vossa Excelência, eu não entrei no mérito,
colocou algumas Emendas que não estavam previstas no Plurianual. Por si só elas
já não poderiam ser acolhidas, embora V. Exa. pudesse, no mérito, ter boa
intenção. Acho importante essa explicação, até porque V. Exa. representa uma
parcela da sociedade de Porto Alegre, mas, ao mesmo tempo, eu acho que V. Exa.
não poderia ocupar – não é que não possa – não deveria ocupar a tribuna para
levantar determinadas situações infundadas, porque a gente também não pode
subestimar a população achando que ela não conhece. A população conhece sim. Se
V. Exa. disser que quis fazer isso e que colocou... Houve uma Emenda Popular,
apenas uma, que foi de uma região da Zona Leste, pedindo um ginásio de esportes
- e V. Exa. sabe da minha vinculação com o esporte – só que pediu um ginásio de
esporte para 2004 e, como não foi colocado no Plano Plurianual, é impossível. O
que nós dissemos para aquela comunidade? “Vocês se organizem para o ano de
2006. Entrem com a Emenda no Plurianual. Se for aprovada, a cada ano vocês
podem colocar pequenas coisas.” Ou seja, para 2007, fundações, para 2008... e assim
sucessivamente, porque, na realidade, tem de estar vinculado a um projeto,
visualizando. Quando nós assumimos a legislatura, nós temos que ter a visão
macro dos quatro anos. Muitas vezes, nós não temos essa visão ou até
desconhecemos, mas nós temos de ter esse cuidado.
Mas o que eu venho falar aqui, nesta
tarde, é, especificamente, um tema que já levantei ontem, relativo à Escola
Oscar Coelho de Souza, na Estrada do Varejão, lá no Lami. Colocamos que, depois
de Belém Novo, até Itapuã, ou seja, quase 30 quilômetros, e eu estou falando em
Porto Alegre, não tem uma escola de ensino médio. Então, nós estamos fazendo
esse movimento junto com a diretora e nos reunimos com a diretora, com a
comunidade, ressalto que mais de 500 alunos estão matriculados no EJA, no
ensino supletivo que está sendo vinculado dentro da escola. Começamos a fazer
uma movimentação de livros e já ganhamos mais de dois mil livros, falamos
ontem. Eu quero, inclusive, agradecer hoje mais duas escolas, que já aderiram
com mais livros. Eu quero agradecer aqui, de público, os dois colégios La
Salle: o Colégio La Salle Santo Antônio e o Colégio La Salle Dores, que
colaboraram com livros, especificamente de ensino médio. Então, nós esperamos
que, dentro de mais alguns dias, possamos informar esta Casa de que conseguimos
um número acima de dez mil livros, para que o primeiro empecilho da biblioteca,
para o ensino médio, seja consumado. Estamos também gestionando com um grupo
empresarial sobre a questão do laboratório. Estamos marcando uma reunião com o
Sr. Secretário de Educação, José Fortunati, e entramos com um Pedido de
Indicação para o Governador, para que possa atender aquela comunidade. Eu
coloquei ontem para os senhores e para senhoras que, imaginem, a escola mais
próxima é em Belém Novo. Se alguém mora próximo de Itapuã, o ônibus, de Belém
Novo até lá, leva uns 40 a 45 minutos, ou seja, a pessoa vai chegar em casa
meia noite, meia noite e meia, e muitos deles têm que caminhar, às vezes, 3 a 4
quilômetros até a sua casa. E não é carro; ou é uma bicicleta, ou é um cavalo,
mas isso nós estamos falando de madrugada. Então, é importante termos essa
sensibilidade de que, aqui em Porto Alegre, na Zona Sul, existe a necessidade
de fazermos esse movimento de uma escola de ensino médio, porque é inadmissível
aquelas pessoas tentarem estudar, mas não terem oportunidade de estudar, porque
não têm o deslocamento. A pessoa chega em casa de madrugada e, em seguida, já
tem de acordar para trabalhar. Então, nesse movimento, eu espero a
sensibilidade dos demais Vereadores, porque é uma ação conjunta, uma ação que
envolve o Governo do Estado. Eu acredito que, com a sensibilidade do Sr.
Secretário de Educação e do Governador, nós possamos ter, em breve, esse êxito
de aquela comunidade ser beneficiada com uma escola de 2.º Grau. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum,
passamos à
Vou suspender os trabalhos para que as
Lideranças consigam fazer o acordo. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h12min.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 17h13min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão.
Após acordo com as Lideranças, serão
votados os seguintes Projetos: PLL n.º 234/02, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt;
PLL n.º 009/03, de autoria do Ver. Nereu D’Avila; PLE n.º 008/03; PLL n.º
037/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza; PLL n.º 049/03, de autoria do Ver.
João Bosco Vaz; PLL n.º 050/03, de autoria do Ver. João Bosco Vaz; PLL n.º
061/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel; PLL n.º 068/03, de autoria do
Ver. Raul Carrion; PLL n.º 075/03, de autoria do Ver. João Bosco Vaz; PLL n.º
097/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel; PR n.º 036/02, de autoria do Ver.
Dr. Goulart; PR n.º 028/03, de autoria do Ver. Elias Vidal; PR n.º 030/03, de
autoria do Ver. Zé Valdir; PR n.º 046/03, de autoria do Ver. Renato Guimarães,
mais os Requerimentos.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 3672/02 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 234/02, da autoria do
Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Rodi Avila Medeiros um logradouro
público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica (desarquivado
pelo Ver. Luiz Braz).
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relatora
Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 11-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º
234/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 0654/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 009/03, de autoria do
Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Pedro Cardoso de Azevedo um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relatora
Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 13-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º
009/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 0926/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 008/03, que declara de utilidade
pública municipal o Instituto do Excepcional, com sede na Rua Francisco Braga,
250, nesta Capital.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Juarez
Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Aldacir
Oliboni: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Elias Vidal:
pela aprovação do Projeto;
-
da COSMAM. Relator Ver. Almerindo
Filho: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 06-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLE n.º
008/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1275/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 037/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que concede o
título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Francisco Novelletto
Neto.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2.º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 18-06-03;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º
037/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL n.º
037/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1576/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 049/03, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Alcides Pereira Borba um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 11-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º
049/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1577/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 050/03, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Antonio Cezar Balejos Dauninheimer um
logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 11-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º
050/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1735/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 061/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Daniel Petter Schneider um logradouro
público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 13-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º
061/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1763/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 068/03, de autoria do
Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Índio Galdino um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães:
pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Zé Valdir:
pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Pedro Américo
Leal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 11-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º
068/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1819/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 075/03, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Adão Benedito Lopes Brandão um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 13-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º
075/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2111/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 097/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Teresinha de Jesus Vidal um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Cel. Aparício Borges.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 11-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º
097/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 0308/02 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 036/02, de autoria do Ver.
Dr. Goulart, que concede o Prêmio de Jornalismo Carmen da Silva à Senhora Tânia
Carvalho dos Santos.
Pareceres:
- da CCJ. Relatora
Ver.ª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 13-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º
036/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. 1448/03 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 028/03, de autoria do Ver.
Elias Vidal, que concede o título
honorífico de Líder Esportivo ao Técnico de Atletismo do Sport Club
Internacional Antônio Pereira Amaral.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 18-06-03;
- adiada a discussão por duas Sessões.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º
028/03. (Pausa.)
O Ver. Carlos Alberto Garcia requer
adiamento da discussão do PR n.º 028/03 por uma Sessão. Em votação o
Requerimento, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, solicitando adiamento
da discussão do PR n.º 028/03 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1461/03 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 030/03, de autoria do Ver. Zé
Valdir, que concede o troféu Honra ao Mérito à Associação Comunitária Nova
Gleba.
Pareceres:
- da CCJ. Relatora
Ver.ª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 11-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º
030/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2213/03 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 046/03, de autoria do Ver.
Renato Guimarães, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” à Banda
Produto Nacional.
Pareceres:
- da CCJ. Relatora
Ver.ª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 11-08-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º
046/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em votação o Requerimento n.º 150/03, de
autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Em votação o Requerimento n.º 147/03, de
autoria da Ver.ª Maria Celeste. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Em votação o Requerimento n.º 111/03, de
autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
Em votação o Requerimento n.º 136/03, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Em votação o Requerimento n.º 146/03, de
autoria da Ver.ª Maria Celeste. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Em votação o Requerimento n.º 149/03, de
autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
Em votação o Requerimento s/n.º, de
autoria do Ver. Nereu D’Avila, que solicita seja retirada de tramitação a
Emenda n.º 01 aposta ao PR n.º 055/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL
(discussão:
todos os Vereadores/05 minutos/com aparte)
2.ª
SESSÃO
PROC. 2864/03 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 055/03, de autoria da Mesa
Diretora, que inclui art. 239 no Título X - Das Disposições Transitórias da
Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores
(Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). Com Emenda n.º 01.
Parecer:
- da Comissão
Especial. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação de Projeto e da Emenda n.º
01.
Observações:
- discussão geral nos termos do art. 126, § 1.º, do Regimento
da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 06-08-2003.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º
055/03. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir o PR n.º 055/03.
O
SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, V. Exa. acaba de ler um Requerimento, de minha autoria, no qual
retiro a Emenda n.º 01 ao Projeto que cria uma Comissão Especial para tratar do
Plano Diretor. Já com o Parecer favorável do Relator Ver. Luiz Braz e com a
anuência dos demais componentes da Comissão, que foi instituída para estudar a
constituição de uma Comissão Especial para tratar do Plano Diretor, a Emenda
elevava de 17 para 19 os membros dessa Comissão. Repito, Emenda esta aprovada
pelo Relator e aprovada pelos componentes da primeira Comissão, porque a
segunda é a Comissão que vai estudar o Plano Diretor, a primeira é para avaliar
a Comissão que será constituída.
Outro dia, eu ouvi aqui diversas
manifestações, inclusive do Ver. Cassiá Carpes e de outros Vereadores, referindo
que estávamos a braços aqui com questões menores, se a Comissão seria composta
de 17 membros, de 19 membros, enquanto que o Poder Executivo já estava
trabalhando em cima da modificação do Plano Diretor. Eu quero discordar
fraternalmente, primeiro, porque nós não estamos aqui brigando por Comissão de
17 membros, 19 membros, não. Tanto que eu estou retirando a Emenda que
aumentava para 19 membros, vão ficar os 17. Agora, ninguém está brigando por
Comissão, absolutamente, foi numa situação favorável já acertada entre as
Bancadas de que vai ser de 17 membros. O que ocorre é que a Lei Orgânica exige
que haja três Sessões de discussão. Esta é a segunda, Ver. Elói Guimarães,
ainda terá de haver mais alguma, de modo que não estamos perdendo tempo, como,
às vezes, demagogicamente, alguns Vereadores que querem aparecer, jogando a
instituição contra a opinião pública... Aqueles que dizem isso, tentando dizer
que eles são maiores do que a Câmara, perdem tempo com isso.
(Aparte anti-regimental.)
Não, é que eles nunca leram o Regimento,
não sabem o que é Lei Orgânica. Se não fosse hoje alguns Vereadores pedirem que
fosse incluída essa discussão, nós nem a estaríamos agora discutindo e não
venceríamos a próxima discussão, que finalmente dará condições para estabelecer-se
a Comissão Especial. Então, é muito fácil falar mal da Câmara, da Assembléia,
de todo o mundo, o difícil é estar aqui todos os dias, votando, discutindo e
divergindo, claro, porque isto aqui é um Parlamento e não uma Casa onde apenas
se concorda; não, se exerce, aqui, o contraditório. Quero dizer duas coisas
apenas: estamos retirando a Emenda de 19 membros, pois já há um consenso de que
serão 17. Na Comissão Especial de 1999 para discutir o Plano Diretor, que aliás
tive a honra de presidir, o Ver. Reginaldo Pujol era o Vice-Presidente; depois,
em 2000, quando tive a honra de presidir a Câmara, evidentemente não poderia
presidir a Comissão, o Ver. Reginaldo Pujol, com muita competência e
brilhantismo, presidiu a Comissão que redundou no 2.º Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre, o 2.º PDDUA. Agora,
conforme aquele plano prescreveu, já que em três anos deveríamos avaliá-lo e já
fazem quatro, vamos avaliá-lo como o Executivo o está fazendo. O Executivo já
pediu e até ampliou o prazo - para sugestões da opinião pública - dos órgãos
que estudam as diversas situações do Plano Diretor. Esta Câmara, possivelmente
na semana que vem, se Deus quiser, votará, Ver. Beto Moesch, a Comissão, em
seguida, iremos começar os nossos trabalhos. Logo agora, quando o Executivo
enviar para esta Casa, em setembro, a sua sugestão, nós estaremos já
trabalhando a pleno vapor.
O
Sr. Beto Moesch: Vossa Excelência permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só para já iniciar o debate, eu concordo plenamente
com V. Exa., o Plano Diretor, quando fala em ambiental, o ambiental é
infelizmente entre aspas, e isso nós vamos pautar aqui na Câmara de Vereadores.
Muito obrigado.
O
SR. NEREU D’AVILA: Eu acho importante que a Cidade que quer
ter o seu ambiente, o seu meio ambiente, o seu verde, o seu respiradouro verde,
como ufana-se Porto Alegre de ter bons parques, boas praças, então acho que é
importante mesmo que tenha duas coisas... Uma tem de aprofundar, porque já
existe o nome “ambiental” no próprio Plano Diretor, ele trouxe o nome ambiental
também. E a segunda questão é uma questão que também temos de aprofundar, que é
a questão viária. A cada fim de mês entram em Porto Alegre, ou adentram nas
vias públicas de Porto Alegre, de dois mil a três mil automóveis - a cada mês.
Ou seja, em dez meses quantos são? Em um ano quantos são? E as vias públicas
não se alargam, a não ser a 3.ª Perimetral, as ruas não se ampliam por um toque
de mágica. Então, nós é que temos que disciplinar o trânsito, a situação viária
de Porto Alegre, e é uma oportunidade ímpar de nós... Porque, a rigor, nós
deveríamos ter um plano diretor viário de Porto Alegre, mas, não o possuindo,
podemos aprofundar, Ver. Reginaldo Pujol, neste 2.º Plano, agora, nesta
oportunidade, já, regras de diretrizes para um futuro...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, seu tempo
está esgotado.
O
SR. NEREU D’AVILA: Não ouvi o apito, V. Exa. tem um ouvido
melhor do que eu. Então, concluindo, acho que teremos que ter um estudo
aprofundado também sobre um plano viário para Porto Alegre, para que o trânsito
não se torne caótico e cada vez com mais acidentes. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para discutir o PR n.º 055/03.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu tive a oportunidade de já me manifestar, num determinado momento
da Sessão anterior, sobre a questão do Plano Diretor. Acho que este é um
momento muito ruim para discutirmos o Plano Diretor de Porto Alegre, pois, no
ano que vem, teremos eleições, e não será um ano bom para discutirmos o Plano
Diretor. É a primeira questão que eu quero deixar aqui, na nossa avaliação.
Segundo, acho que, neste ano, pouco vamos discutir e, portanto, as discussões
que advirão do Plano Diretor começarão no ano que vem. Sabemos que o Executivo,
Ver. Wilton Araújo, não tem tido interesse em monitorar essa questão do Plano
Diretor, e estou vendo aqui uma discussão muito pontual, que é a discussão
sobre as alturas da cidade de Porto Alegre. Mas espero que ainda possamos
discutir o conjunto da execução do Plano e do seu monitoramento, porque, na
minha avaliação, Ver. Beto Moesch, mais importante do que discutir altura é
discutir, por exemplo, quantas pessoas podem morar num bairro, um monitoramento
que hoje a Prefeitura não tem. Se no bairro Moinhos de Vento podem morar
cinqüenta, sessenta, setenta, isso é que deve definir as políticas, do ponto de
vista do Plano Diretor. Hoje, desordenadamente, isso não tem monitoramento. O
Solo Criado é um instrumento muito importante, Ver. Zé Valdir, mas o que
aconteceu com o Solo Criado em Porto Alegre? Ele foi distorcido, porque se
tenho um índice construtivo, Ver. Elói Guimarães, de 01, de toda a minha área,
vou poder vender Solo Criado no Partenon, no 4.º Distrito, ou em qualquer outra
região da Cidade. O que fizeram? Aumentaram o índice construtivo, levaram-no lá
para cima, e aí botaram o Solo Criado. Portanto, só se vende Solo Criado nos
bairros Bela Vista, Rio Branco e Moinhos de Vento, e essa discussão tem de vir
para esta Casa, porque o 4.º Distrito está morrendo à mingua e não adianta
colocarmos Solo Criado lá porque ninguém vai comprar. Sabem por quê? Porque o
índice construtivo lá é 03; portanto, há muito terreno. Essa é uma questão que
tem de vir à baila nesta discussão. Eu queria dizer ao Ver. Nereu D’Avila que
não sei quando foi que ele acertou, se foi quando colocou a Emenda, porque ele
queria colocar três membros do PDT no Plano Diretor, mas, depois, ele refez o
cálculo e viu que com 17 membros ele colocava também os três, aí ele retirou a
Emenda. Está bem, isso é do debate político, mas penso que tem de assumir isso,
tranqüilo, numa boa, no bom debate! Acho que o PDT tem todo o direito de ter três
representações pelo que representa nesta Casa, mas ele fez mal o cálculo, acho
que o matemático dele não foi o Oswaldo de Souza. Portanto, quando ele refez o
cálculo, chegou à situação em que 17 dava três para o PDT e retirou a Emenda.
Bom, ele vem aqui com outro argumento. Então, eu não posso deixar “passar
batido” isso, porque é do meu jeito, é da minha maneira e eu tenho que deixar
registrado.
Ver. Juarez Pinheiro, foram criados os
corredores de centralidade, diferentemente do Plano de 1979 que tinha os pólos.
Hoje, esses corredores vão da Av. Protásio Alves a Alvorada. Tudo é corredor de
centralidade. E aí a especulação imobiliária vai escolher onde é melhor
investir. Portanto, isso é um conceito, na minha avaliação, que está
profundamente equivocado.
Eu acho que os Planos de 1959, de 1979,
tinham coisas muito boas; e foram negados, em 1999, esses princípios que
nortearam esses Planos. Eu penso que, se nós não vamos fazer um Plano novo, se
nós vamos ver a questão da altura, por exemplo, Ver. Zé Valdir, volto a dizer,
pelo menos o recuo dá para analisar. Eu sou contra esses caixotões emendados
uns nos outros; isso, esteticamente, é horrível. Se nós observarmos, por
exemplo, um prédio de 17, 18 andares em que se vê os quatro lados dele, isso
até que, esteticamente, arquitetonicamente, é bonito, Ver.ª Margarete Moraes.
Agora, o caixotão, não!
Então, este é um momento muito oportuno.
Vamos entrar nessa discussão sem paixão, com muita tranqüilidade para discutir
sem preconceitos, porque há o aspecto econômico, o aspecto social, o aspecto
ecológico, há a orla do Guaíba, há o 4.º Distrito, a Restinga, o Partenon... Eu
não vou entrar nessa discussão só para discutir o bairro Moinhos de Vento, só
para discutir o bairro Rio Branco, só para discutir o bairro Bela Vista. Não.
Também o bairro Bela Vista, também o Moinhos de Vento e também o Rio Branco,
porque eu penso que são comunidades que merecem o nosso respeito pela sua
organização. Agora, nós não podemos pontuar essa discussão apenas nessa questão
– eu não pertenci ao outro Plano Diretor e sinto-me muito à vontade para dizer
isso -, nós temos de discutir o monitoramento da Cidade. Se o Governo fizesse
um “Tudo Fácil” na Secretaria do Planejamento e na SMOV, já haveria um avanço
fundamental, porque, ao invés de serem lugares de fazer facilidades, são
lugares de fazer dificuldades, já que os projetos não saem das gavetas, os
carimbos não funcionam e os construtores pequenos, lamentavelmente, sofrem
muito com os projetos para a sua aprovação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato
Guimarães está com a palavra para discutir o PR n.º 055/03.
O
SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, estranho a postura do colega que subiu à tribuna por último, agora,
porque fala da possibilidade de a democracia da Casa estabelecer vontades, de
uma Bancada, por exemplo, propor, através de uma Emenda, uma disposição da
Comissão de uma forma e se arrepender, e o jogo político da Casa se apresentar
outro. O Vereador coloca como se isso estivesse lesando o processo democrático
da Casa. Eu acho que é um equívoco pensar isso. É a primeira questão.
Segunda questão: um outro erro no
posicionamento do Vereador é referir-se aos órgãos da municipalidade como sendo
órgãos com a sua política, com a sua ação congelada, e não vestir a carapuça de
que pertence a um Governo que está há oito meses “congelando a política” no
Estado do Rio Grande do Sul! O Governo Rigotto não fez nada até agora, além de
publicidade e além de discurso! O Ver. Sebastião Melo é representante deste
Governo e sobe à tribuna para falar de paralisia! O Vereador está precisando
fazer um acompanhamento na área emocional, porque tem que tentar se referir ao
que está acontecendo com o Governo Rigotto.
Mas eu gostaria de entrar no mérito do
debate do Plano Diretor. Eu participei da Comissão do Plano Diretor, na
Legislatura passada, e quero destacar que, do conjunto dos projetos colocados,
apresentados, em todos eles nós tivemos a intensa participação da sociedade.
Nós estamos propondo aqui uma Comissão de
Vereadores para acompanhar a avaliação desse Plano. Está acontecendo, no
município de Porto Alegre, reunindo representantes de entidades, representantes
dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento Urbano, um processo de conferência
que está analisando, está fazendo essa avaliação do Plano Diretor. Estão
aparecendo dezenas de propostas de mudanças, de melhor colocar tal situação, e
isso é bom, na avaliação da Bancada do PT aqui na Casa; isso é bom, que a sociedade
possa discutir, possa avaliar, possa dizer que o Plano precisa melhorar. Por
quê? Porque o Plano não está regendo... E aí alguns Vereadores de visão
estruturalista, positivista falam de Planos de 1959 e de 1979 como Planos que
eram perfeitos e que não precisavam mudar. Só quem tem uma visão
estruturalista, positivista pensa que a vida que está acontecendo, que está se
transformando, pode ficar engaiolada dentro de situações urbanas que não
precisam ser mexidas.
Que bom que a população de Porto Alegre,
que alguns bairros queiram discutir, queiram mudar o Plano Diretor! Por quê?
Porque ele é ferramenta que lida com a vida, com a mudança da Cidade!
Então, esta é a primeira questão: a nossa
Bancada, além de apostar nesse processo interno... Nós dissemos aqui, eu subi
aqui antes do recesso e disse: “É um equívoco um debate sobre o Plano Diretor,
sobre Comissão, no primeiro semestre, na Câmara de Vereadores, porque nós temos
um processo acontecendo na sociedade. Vamos finalizar esse processo, com o seu
conteúdo o Legislativo vai operar com muita capacidade, com potencial”. Esse
processo está sendo concluído junto à Prefeitura, às entidades e com os
representantes dos Conselhos Regionais. Nós vamos ter um farto material para
olhar novamente o Plano Diretor e avaliar, se de fato, ele precisa mudar, se
readequar, ver como é que funcionam os corredores de centralidade em relação a
pólos, como é pensada a mobilidade urbana da Cidade.
Agora, o que nós temos que registrar aqui
é que um processo desses, que acaba trazendo conseqüências na vida, Ver. Odacir
Oliboni, de cada um dos cidadãos, não pode – e foi isso que nós defendemos aqui
- ser feito apenas a partir de uma Comissão de Vereadores que vai olhar e
avaliar todo o Plano Diretor. Não, nós precisamos devolver para a sociedade,
para os cidadãos de Porto Alegre esse debate e, a partir daí, trazer o debate,
como fizemos em 1999, quando trouxemos aqui a proposta para o Plano Diretor.
Quando da proposta do Plano Diretor em 1999, o Governo Municipal não sentou
durante um mês, dois meses, mas, sim, fez uma proposta e colocou na Câmara de
Vereadores. O Governo Municipal levou um ano e meio discutindo com toda a
sociedade de Porto Alegre o Plano Diretor que apresentou aqui em 1999 e, mesmo
assim, nós tivemos bastante trabalho aqui, mas teve todo um processo; agora, da
mesma forma, junto ao processo de avaliação. O Governo Municipal junto com a
sociedade, no mês de maio, abriu um processo de debate. Foram feitas várias
reuniões - e o Ver. Sebastião Melo, pelo o que eu sei, acompanhou essas
reuniões - nas comunidades, nos Conselhos Regionais, está-se chegando a uma
finalização, onde a sociedade está apresentando um conjunto de questões. Esse
material, que vai ser concluído, que vai ser finalizado na Conferência
Municipal de Avaliação do Plano Diretor, vai ser um forte instrumento para a
Câmara de Vereadores poder olhar e dizer assim: “A sociedade está olhando o
Plano Diretor dessa maneira”. E aí não vai ser – eu concordo com o Ver.
Sebastião Melo – a situação específica de um ou outro bairro, vai ser um olhar
sobre o todo da sociedade. Se nós temos que olhar os problemas do bairro
Moinhos de Vento ou do bairro Bela Vista, nós temos que olhar o problema do
bairro Restinga, temos que olhar os problemas do Wenceslau Fontoura, do bairro
Rubem Berta. Nós vamos nos debruçar sobre o todo e sobre a conseqüência da vida
do Plano Diretor sobre o todo da Cidade, não sobre um local que pressiona mais
ou menos. O caminho escolhido - a Câmara acabou não votando a Comissão no
primeiro semestre -, o debate que nós fizemos, a perda da pressa em decidir
sobre a Comissão no primeiro semestre, acabaram, no meu ponto de vista, sendo
atitudes positivas, porque trabalharam no sentido de encostar as duas
propostas: a do processo que está sendo feito na sociedade com o processo que
nós estamos começando a desencadear na Câmara de Vereadores. Ganha o Poder
Legislativo Municipal, e ganham os cidadãos de Porto Alegre, que vão poder,
depois de todo esse processo que construíram, ter um momento finalizador disso,
na Câmara, com bastante potencialidade.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para discutir o PR n.º 055/03.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, Presidente da Sessão; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, nesta Casa, antigamente, era
mais simples formar-se uma Comissão Especial. O Regimento dizia que a Comissão
Especial era formada por onze membros, nós tínhamos seis ou sete Partidos
representados em toda a Casa, não era muito difícil constituir-se uma Comissão
com onze Vereadores. Acontece que o texto do nosso Regimento continua falando
em onze membros para as Comissões, só que nós temos doze Partidos, hoje, com
assento nesta Casa. Enquanto não se fizer aquela Reforma Política que tem de
ser votada no Congresso Nacional, que deveria ser a primeira das reformas a ser
votada, enquanto não se fizer isso, nós vamos continuar com esta multidão de
Partidos que faz com que, realmente, nós tenhamos dificuldade para formar uma
Comissão. Não dá para formar uma Comissão de doze, colocando um Vereador de
cada Partido, não dá para fazer isso. Por quê? Porque, legitimamente, os
Partidos que são maiores, como é o caso do PT, do PDT, reclamam: “Como nós
vamos ter a mesma representatividade?” E aí nós temos que aumentar os
representantes dos Partidos maiores. E com isso vai-se aumentando o número de
componentes da Comissão, e quando vamos ver, realmente, fica muito difícil para
se falar em um número “x” para a Comissão. Então, falou-se em 17 Vereadores.
Ora, mas com 17 Vereadores, Ver. Renato Guimarães, sabe o que vai acontecer? Há
dois Partidos pequenos que vão ficar fora. É justo? Não. Para se discutir uma
matéria tão especial como essa, dois Partidos pequenos não podiam ficar fora.
Aí veio a proposta do Ver. Nereu D’Avila de que nós poderíamos criar uma
Comissão de 19 Vereadores. Eu disse: "Na Comissão de 19 Vereadores,
participa todo mundo?", “Participa todo mundo.”, "Então, essa me
serve, Vamos fazer então a Comissão de 19 Vereadores.” Há Parecer acolhendo a
Emenda do Ver. Nereu D’Avila de 19 membros. Agora, o Ver. Nereu D’Avila diz que
vai retirar a sua Emenda, porque já não serve mais. Então, nós voltamos para os
17 Vereadores e vamos ter lamentações dos Partidos menores, que vão, é claro,
choramingar porque vão ficar de fora da Comissão. Enquanto isso, nós vamos
retardando o início da revisão do Plano Diretor, mas, mesmo retardando, Ver.
Sebastião Melo, eu acredito que nós não estamos fora das discussões nem fora do
prazo.
Eu não concordo com o Vereador que me
antecedeu na tribuna, o Ver. Renato Guimarães, que afirmou que agora, com a
Conferência das Cidades, nós vamos discutir sobre o que pensam, realmente,
todas comunidades. Não, porque não são todas as comunidades que estão lá representadas.
A minha comunidade não está representada, não há ninguém da minha comunidade
discutindo na Conferência das Cidades. Então, o ponto de vista da minha
comunidade não está lá. E aí? Ela não serve? Estão lá cerca de 100, 200, 300,
400 pessoas...
O
Sr. Renato Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, talvez eu tenha me equivocado, eu não me referia à
Conferência das Cidades. Eu me referia à Conferência de Avaliação do próprio
Plano Diretor, que tem, pelo seu Regimento, representação de todos os Conselhos
Regionais das 8 regiões administrativas do Município. Eu quis me referir a essa
Conferência que está sendo realizada, não à Conferência das Cidades que
aconteceu.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Renato Guimarães, mas, conscientemente,
nós temos que dar a nossa opinião de que ali não é toda a sociedade que está
representada, é uma parcela da sociedade que está representada; de qualquer
forma é uma parcela. Nós temos que continuar discutindo. Quando essa
Conferência chegar ao final, o assunto não estará esgotado. Nós, Vereadores,
vamos ter a obrigação, todos nós, os 33 Vereadores, em cada uma das nossas
regiões, de consultar a nossa região, de levar a discussão do Plano Diretor até
onde nós possamos atingir com o nosso trabalho, a fim de que possamos consultar
a sociedade com referência a esse problema de alturas, que é um problema muito
discutido, se os afastamentos laterais vão continuar da forma como estão, e
consultar sobre todos os outros assuntos que, de repente, são divergentes dentro
do Plano Diretor, mas que foram discutidos há questão de três anos. Ora, então
não é um Plano velho, é um Plano novo. Tem de ser revisado? Tem de ser
revisado, mas não precisa ser para ontem nem para amanhã. Eu acho que nós temos
que fazer uma revisão que realmente venha melhorar as condições de vida de toda
a Cidade. Eu vejo, muitas vezes, muita pregação em prol de regiões mais
elitizadas, mas quase um desprezo pelas regiões menos favorecidas, menos
aquinhoadas economicamente na Cidade. Então, vamos discutir o Plano como um
todo? É claro que sim, não é? Mas não pode ser feito de forma açodada. Acho que
a Comissão está sendo criada a tempo e nós temos um problema ainda a ser
superado aqui, que é o número de Vereadores que vai compor essa Comissão. O Ver.
João Dib, que é o Presidente da Casa, chegou também a dar sugestões com
referência ao número de Vereadores que deveria compor esta Comissão, mas eu
acredito, Ver. João Dib, que, mesmo com a boa vontade de todos nós, vai ser
muito difícil estabelecermos um número de Vereadores - que não seja 33 - para
compor essa Comissão, sem que haja lamúria por parte de alguém.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir o PR n.º 055/03.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
cumprimos, hoje, mais uma etapa nesta caminhada que tem por objetivo a
constituição, na Casa, de uma Comissão Especial que acompanhe os trabalhos de
avaliação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. A caminhada
pode estar sendo um pouco vagarosa, mas tenho a convicção de que ela está sendo
segura, está sendo firme. Acredito que, em que pese eu não advogar de modo
nenhum, Ver. Wilton Araújo, celeridade desnecessária, eu diria que nós temos a
necessidade de, efetivamente, começar a dar concretamente os primeiros passos
do trabalho dessa Comissão. Até porque, parece-me necessária uma orientação
geral desse debate que se estabelece na Cidade, não permitindo que ele se
contamine de discussões pontuais que possam, pela emocionalidade, comprometer o
conjunto geral que tem de ser objeto da nossa apreciação. E, especialmente, da
necessidade de que a nossa avaliação seja precedida de algumas cobranças
absolutamente necessárias, eis que, a meu juízo, o Plano Diretor de
Desenvolvimento Ambiental não está devidamente implementado; existem várias
matérias que ficaram compromissadas na própria edição da Lei, em 1999, que
deveriam ter sido objeto de providências legislativas de iniciativa do Poder
Executivo, as quais até agora não ocorreram.
Por isso, Ver. Beto
Moesch, V. Exa. que é um dos mais ocupados com essa tarefa, nós não podemos, de
modo nenhum, iniciar um processo de avaliação capenga. Como é que nos vamos
avaliar efetivamente esse Plano, se não temos ainda o seu sistema viário
perfeitamente definido?
Algumas discussões
emocionais que ocorrem não poderiam nem ocorrer, diante dessa preliminar não
satisfeita. Por isso, eu creio que essa Comissão, Ver. Carlos Pestana, é muito
relevante na medida em que ela dará os parâmetros para um debate conseqüente,
não emocional, não pontual e que, sobretudo, tenha a visão ampla daquilo que
está sendo objeto da deliberação e da avaliação.
É natural que alguns aspectos e alguns
efeitos do Plano Diretor possam ser, aqui ou acolá, mais sentidos por
determinados segmentos. Isso não pode prejudicar de modo nenhum a necessidade
do conjunto, porque nós não podemos, aqui nesta Casa, nós representantes
populares, ficarmos atrelados a buscar evitar que ocorram coisas em desacordo a
determinados segmentos por termos com eles maior ou menor simpatia. O que nós
temos que fazer, necessariamente, é olhar o que interessa à média da Cidade,
que tem interesse em ver uma Cidade crescer, ter o seu desenvolvimento, de
forma ajustada, de forma adequada, com seus problemas de estruturação bem
resolvidos, com seus problemas de mobilidade bem resolvidos e, sobretudo, com a
garantia daquelas quatro condições básicas que indicam, com precisão, os
índices de desenvolvimento urbano e social da Cidade. Então, o Plano Diretor já
começa a ser discutido em alguns dos seus aspectos, discute-se muito a eficácia
do Solo Criado, discute-se a aplicação dos resultados da comercialização dos
índices naquilo que o Plano previu, a habitação popular e o saneamento básico.
Nós mesmos temos dúvidas quanto a esse particular, nós não sabemos quais os
valores até agora foram auferidos pelo Município na aplicação desse instituto,
acho que é um dado muito significativo que a Casa tem que conhecer. Enfim,
senhores, situações das mais elementares, entre as quais até, Ver. Isaac
Ainhorn, homenageio V. Exa. com a referência. A participação popular em nível
local, por disposição de Lei, introduzida por Emenda de V. Exa., precisava ser
regulamentada, mas até agora não foi. Por isso, acredito que não deve haver
açodamento, é verdade, mas, de outro lado, não podemos ficar tão inertes, tão
contemplativos de entender da necessidade, da conveniência, de que, em breve,
bem mais breve que alguns querem e um pouco além daquilo que pretendem outros,
nós possamos constituir, de uma vez por todas, a Comissão, com os critérios que
vierem a ser definidos e, a partir dela, iniciar o processo, não de comando,
mas de orientação do grande debate, do amplo debate, que precisa ser realizado
da reavaliação do Plano Diretor, cuja análise, repito, fica muito comprometida
pelas omissões que eu já registrei. Era isso Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn
está com a palavra para discutir o PR n.º 055/03.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, estamos praticamente no final do processo de discussão preliminar
de Pauta, em relação à Comissão de Reavaliação do Plano Diretor. O prazo que
nós estabelecemos de reavaliação, parece-me, poderíamos dizer, muito rápido,
porque em 2000 é que entrou em vigência o Plano Diretor e, praticamente, no
segundo ano, nós já estamos reavaliando.
Hoje, eu faço as minhas reflexões sobre
os movimentos sociais e comunitários, até pela organização maior do movimento
comunitário, não desse movimento comunitário que nós conhecemos
tradicionalmente, Ver. Beto Moesch, articulado lá pela coordenadoria do
Gabinete do Sr. Prefeito Municipal, esse do Orçamento Participativo, em que já
vem tudo meio pré-montado. Às vezes, eu tenho sido até criticado por alguns
setores desse movimento, mas quero dizer que ele tem um valor, ele brotou de
baixo para cima, ele não vem nesse negócio prontinho, pré-moldado, já que nós
estamos discutindo construção, índices, alturas, ele não vem no pré-moldado,
ele veio, sim, brotando, porque as pessoas começaram a cobrar.
Eu lamento não ver aqui, neste momento, o
atuante e dinâmico Ver. Sebastião Melo, ele deve estar no Centro da Cidade
panfleteando, ele fez a sua manifestação, mas ele está trabalhando, ele é
atuante. Ele fez uma crítica ao nosso Partido, o PDT, cobrando em relação à
participação na Comissão, de que eram 17 membros, mas que o PDT queria 19, por
meio de uma Emenda do Ver. Nereu D’Avila. Depois, que o Ver. Nereu se deu conta
de que nos 17, ele tinha 3, retirou a Emenda. Lógico que qualquer partido com
representação na Casa, pleiteia uma maior densidade dessa participação da sua
corrente partidária. Eu vejo que o Ver. Sebastião Melo está fazendo isso muito
bem, ele está-se preparando para o ano que vem, ele está trabalhando bastante
para a sua eleição no ano que vem. Está ali o Ver. Sebastião Melo, está
preparando-se bem, ele está exercendo o seu mandato e, lógico, é um Vereador
atuante, as pessoas reconhecerão seu o trabalho, reconduzindo-o para esta Casa
com representativa votação. Antes, ele tinha aquelas instâncias partidárias do
PMDB, então, ele dominava aquela estrutura lá, incluía e excluía, mas hoje ele
percebeu diferente, hoje ele é um homem com um mandato, preparado, atuante e
vai à luta, mas não foi feliz hoje - e tenho uma admiração enorme pelo Ver.
Sebastião Melo - no ataque ao PDT. O PDT quer ter uma participação maior num
assunto que mexe com a Cidade, por que não? Não é isso, Ver. Wilton Araújo?
(Aparte anti-regimental.)
Não? Eu não preciso dizer, como diriam os
latinos, errare humanum est, e todos
já entenderam, eu não preciso nem traduzir. Penso que essa questão é positiva;
agora, o Ver. Sebastião tem o hábito, porque ele não é Governo ainda, ele é
Governo do Estado, então, quando não são os interesses dele, quando ele não é
Governo, ele diz: “Porque os especuladores, e tal”, ele vai atirando, é uma
polvadeira. Ele vai de metralhadora giratória “a milhão”: “A especulação
imobiliária na Cidade, e tal”. Eu também, como V. Exa., até quero dizer que o
“espigão” e a “selva de pedra” não me agradam, o meu Partido tem história em
Porto Alegre de coisas boas, aqui da orla do Guaíba, da retomada da Cidade com
o seu rio, isso se deve ao trabalhismo. Quero também cumprimentar outras
Administrações. O Prefeito Villela foi o autor desse extraordinário pulmão, que
é o Parque Marinha do Brasil. Errou no calçadão, lá do Centro da Cidade, o
“calçadão burro”. Eu acho que quando o PT sair, uma nova administração vai
acabar com o calçadão e devolver a Rua da Praia para a Cidade.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, seu tempo
está esgotado.
O
SR. ISAAC AINHORN: Eu acho que há uma discussão riquíssima a
ser feita na questão do desenvolvimento urbano. Ah! Eu estou vendo o Ver. Beto
Moesch, até porque, Vereador, na discussão anterior do Plano Diretor, a
comunidade não teve uma participação tão efervescente como está tendo neste
momento. Então, as Leis estão aí para serem reavaliadas permanentemente. Agora,
em relação especificamente ao Plano Diretor, nós vamos fazer um trabalho muito
importante aqui nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra para discutir o PR n.º 055/03.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, a questão ligada ao número dos integrantes da Comissão do Plano
Diretor, se 17, 19, 21, 15, é uma questão, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
que eu reputo não-relevante, por assim dizer. O importante é exatamente o que
sairá do debate das transformações acerca do Plano Diretor.
Eu tive a oportunidade de acompanhar,
discutir, debater, desde o Plano que se concebeu em 1979. Acho que todos os
Planos demarcaram avanços na Cidade de Porto Alegre. Evidentemente, há aspectos
que se podem recriminar, mas, de um modo geral, nós temos uma Cidade bela,
esteticamente bonita e nem poderia ser diferente dada à importância do Plano
Diretor. O Plano Diretor é uma forma, uma verdadeira forma donde haverá de sair
a melhor concepção, a concepção que atenda a “n” razões para qualificar, em
última análise, a vida das pessoas.
Então, a responsabilidade
é imensa, porque, quando se trabalha, quando se vota, quando se discute o Plano
Diretor, não só se está produzindo para o presente, mas, basicamente, para as
gerações futuras. As gerações futuras é que vão encontrar a Cidade com esta ou
aquela característica, com este ou aquele padrão de qualidade, de
desenvolvimento, de circulação. A estética da cidade é uma qualidade, a meu
juízo, fundamental para a qualidade de vida dos seus habitantes, dos seus
moradores.
Então, a priori, não se
pode dizer que este ou aquele modelo é o que reúne os melhores atributos. De
uma configuração desta ou daquela forma não se tem nada a priori. É preciso que
se conjugue, nessa ação, todos os esforços de ordem estética, arquitetônica,
paisagística, de circulação, envolvendo todo esse processo, que é a Cidade,
patrimônio que a todos pertence e que tem de ser, inquestionavelmente, respeitado.
Não há nada preestabelecido, pré-formado
para se conceber das discussões e do debate. O que devemos ter presente,
evidentemente, é que vamos tocar em questões extremamente caras para a
cidadania, caras para a qualidade de vida da população. A Cidade tem que
respirar, a Cidade tem que ter o conjunto de seus equipamentos em condições
propícias à sua habitabilidade.
O ambiente, a moradia, enfim, todos esses
fatores importantes para a vida devem estar consagrados e concebidos para o futuro de uma cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Darci Campani
está com a palavra para discutir o PR n.º 055/03.
O
SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente desta nossa Casa, Ver.
João Dib; colegas que a esta hora, 18h17min, ainda se encontram no plenário, eu
não poderia deixar passar este ponto de Pauta sem fazer uma intervenção
especificamente sobre um ponto que achei bastante interessante, trazido pelo
Ver. Luiz Braz, que é a questão da participação dos pequenos Partidos. O nosso
Partido é o maior Partido da Câmara, mas não é por isso que vamos nos esquecer
dos tempos em que tínhamos apenas um Vereador na Câmara, o Ver. Bagé, que era o
único representante do PT. Nós não podemos nos esquecer, até porque, em vários
outros locais do Brasil, nós temos uma representação menor.
Nós temos visto muitos Vereadores virem
aqui criticar, afirmando que querem uma ampla discussão, o máximo possível de
participação da população, dizendo: “A minha comunidade foi incluída, a minha
não foi, a minha está discutindo, a minha não está”.
Eu acho estranho alguns Vereadores... O
Ver’’. Nereu D’Avila retirou a sua Emenda, que era a que trazia justiça para
esta Câmara, permitindo que todos os Partidos pudessem participar da discussão
dentro da Comissão do Plano Diretor. Se é que realmente o Vereador vai retirar
a sua Emenda, eu pediria que ele não a retirasse, que a mantivesse, pois ela
traz a solução ideal para a Casa, pois todos os Partidos poderão participar, e
com a sua devida proporção.
Se não tivermos a Emenda do Ver. Nereu
D’Avila, nós vamos ter uma situação bastante desagradável. Nós temos, se não me
engano, quatro ou cinco Partidos que têm apenas um Vereador nesta Casa, e esses
quatro ou cinco Partidos deverão ocupar três vagas apenas. Então, um ou dois
Partidos não poderão ter representação na Comissão. Qual deles? Qual deles é
mais representativo? Qual é menos representativo? Todos são representativos
daquela parcela da população que representam, fazem a defesa dos seus anseios.
Então, não vejo, realmente, por que a
diferença de mais dois ou menos dois Vereadores nessa Comissão. Isso não vai
entravar em nada, não vai trazer problemas, muito antes pelo contrário, trará a
solução de que a Casa precisa.
Hoje a composição é esta, amanhã a composição
pode ser outra. Se formos cair no casualismo de números, um Vereador pode
trocar de Partido, porque o Partido dele vai estar na Comissão, se fosse o
método a ser aplicado e um outro tema que fosse de mais peso, um Partido
querendo realmente estar na Comissão, poderíamos estar incentivando uniões
muito casualísticas em torno de um ponto, em torno de uma discussão que vai
ocorrer na Câmara. Acho que a solução da Comissão com 19 Vereadores resolve
esse problema, e eu faço um apelo ao Ver. Nereu D’Avila no sentido de que ele
mantenha a sua Emenda, para que possamos ter essa solução tranqüila, parece-me
que será uma discussão gostosa, que deve correr tranqüilamente na Câmara
Municipal, sem esse atrito inicial de tirar dois Partidos, que não poderiam estar
na Comissão. Faria esse apelo ao Vereador de que mantenha a Emenda, não é a
questão de um acordo que tenha sido feito, não tem nada de escuro, é uma
conversa feita entre mais de dois Partidos para a apresentação desta Emenda, de
composição de 19 Vereadores. Acho que cresce a Casa de Porto Alegre podendo ter
a participação de todos os Partidos nessa Comissão.
Em relação à discussão em si, acho que
Porto Alegre dá lição de democracia. Nós tivemos o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental amplamente discutido, na sua primeira
versão, e vamos ter novamente. Estamos com a Prefeitura fazendo seminários,
estamos com a Comissão sendo montada na Câmara e vamos ter novamente uma ampla
discussão na cidade de Porto Alegre, mostrando que esta é a capital da
democracia, a capital da discussão, com participação efetiva. Nós tivemos no
final de semana a nossa Conferência da Cidade, convocada pelo Ministro Olívio
Dutra e referendada pelo Governador Germano Rigotto, mas infelizmente amplos
setores desta Casa não apareceram. Até levantaram aqui a discussão de como era
a representação, como era a delegação e, infelizmente, temos que noticiar à
população de Porto Alegre que, das seis vagas que a Câmara Municipal poderia
ter preenchido, delegadas para o encontro estadual, para a Conferência
Estadual, apenas quatro Vereadores desta Casa foram até a Conferência e se
candidataram a ser delegados para a estadual. Portanto, temos que fiscalizar,
cada eleitor, se o seu Vereador diz uma coisa aqui e na rua faz outra. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Há onze Vereadores no
plenário, portanto há quórum para discussão.
O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para discutir o PR n.º 055/03.
O
SR. CARLOS PESTANA: Sr. Presidente João Antonio Dib,
Vereadores e Vereadoras desta Casa, acho que é fundamental fazermos esse debate
do Plano Diretor, tendo em vista que abrimos um processo na nossa Cidade, que é
o processo da Conferência de Avaliação do Plano Diretor. Essa Conferência, que
já possibilitou um conjunto de debates, está incorporando a sociedade, os
servidores, os segmentos da construção civil, está procurando democratizar esse
debate. Acho que a iniciativa, que foi construída a partir do Plano aprovado em
1999 nesta Casa, que acabou prevendo a possibilidade de fazermos essa
reavaliação a partir de três anos, se demonstra extremamente positiva. Acho que
já foi dito pelo conjunto de Vereadores que me antecederam que essa revisão do
Plano tem como papel discutir o conjunto das questões. Então, é importante que
a gente discuta a questão das alturas, que está pautando as associações do
Moinhos de Vento, da Bela Vista, do Menino Deus e outras tantas associações.
Mas também vamos pautar a questão dos grandes empreendimentos, da regulamentação,
da democracia, que é um elemento fundamental de como nós construímos as nossas
políticas públicas. Então, esse conjunto de aspectos que estão pautados nessa
reavaliação do Plano são fundamentais para que a gente avance essa discussão.
Acredito que a Comissão se constituindo
nesse período, constitui-se no melhor período, porque nós estamos concluindo
essa Conferência de avaliação, onde vai estar colocado o conjunto de propostas
oriundas das associações, como também da própria construção civil. Acho que cabe
a esta Casa encaminhar esse debate, que fundamentalmente consulte o conjunto da
sociedade. É importante ouvirmos todos os setores, para que consigamos, a
partir desse diálogo, construir uma proposta que se não represente consenso,
pelo menos a opinião da maioria da população de Porto Alegre.
O Governo Municipal já está tendo essa
sensibilidade, já está procurando estabelecer esse diálogo com o conjunto das
associações. Eu tenho certeza de que esta Casa, num primeiro momento, por meio
da Comissão Especial, e, num segundo momento, por meio de debate no plenário,
vai ter sensibilidade e vai conseguir construir uma proposta com base na
experiência que nós acumulamos nesses três anos, com base nos projetos que
estão sendo desenvolvidos no sistema viário, no sistema de participação
popular, na discussão dos grandes empreendimentos e mesmo na discussão das
alturas. Eu tenho certeza de que esta Casa vai conseguir construir uma proposta
que vai levar em consideração o que é o melhor para a Cidade e que representa o
sentimento da maioria da nossa população.
Então, é com essa expectativa que a minha
Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, votou e vai votar,
evidentemente, a favor dessa Comissão. Penso que a questão numérica é
secundária. A redução de 19 para 17 membros acaba prejudicando a nossa Bancada,
inclusive, porque nós teremos um representante a mais nessa Comissão, se fosse
de 19 membros, mas penso que isso é um elemento secundário. Penso que o
importante é que a Comissão, bem como esta Casa, tenha claro e presente a
importância de construirmos essa reavaliação do Plano Diretor em conjunto com a
Cidade e, em particular, com as associações e com os setores que estão
diretamente ligados aos empreendimentos da nossa Cidade.
Então, penso que é essa a proposta. É com
esse espírito que a Bancada do Partido dos Trabalhadores pretende conduzir essa
discussão na Comissão Especial que vai reavaliar o Plano Diretor na nossa
Capital.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não havendo quórum,
encerro os trabalhos da presente Sessão. Estavam inscritos os Vereadores Beto
Moesch, Wilton Araújo e Cláudio Sebenelo.
(Encerra-se a Sessão às 18h27min.)
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